São Paulo, domingo, 18 de abril de 2004

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MOTOCICLISMO

Brasileiro, que herdou posto do campeão na Honda, tem sua melhor oportunidade de conseguir feito inédito

Com restos de Rossi, Barros corre atrás do primeiro título

TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Com os restos da estrutura que deu a Valentino Rossi seu quinto título mundial, o brasileiro Alexandre Barros inicia hoje a busca pelo inédito campeonato na principal categoria do motociclismo.
Após um ano na Yamaha, Barros está de volta à Honda, justamente na vaga aberta pela transferência do italiano para seu ex-time. E, diferentemente de suas 14 temporadas anteriores, nunca esteve em posição tão privilegiada.
O desafio de Barros começa nesta manhã, a partir das 9h (de Brasília), no GP da África do Sul, abertura do Mundial de MotoGP.
"Minhas expectativas para este ano são as melhores. Tenho uma ótima equipe, uma moto fantástica e fui contratado para ser campeão", disse o brasileiro à Folha.
Mas a missão de Barros, que poderia parecer fácil, já começa a se complicar. O piloto ainda não está totalmente recuperado da operação que fez no fim do ano. "Passei os últimos dias fazendo um intensivo programa de treinamento para os músculos do ombro. Os médicos acreditam que até maio a lesão esteja totalmente sanada, mas isso não quer dizer que eu não possa ganhar corridas até lá."
Além disso, seu principal adversário deve ser novamente Rossi, que já começa a deixar suas marcas mesmo tendo assumido seu posto na Yamaha no segundo pior jejum de vitórias que a equipe já atravessou desde que participa da categoria principal, em 1973 -são 18 corridas sem ganhar.
Se nas primeiras semanas da pré-temporada Rossi ocupava o pelotão intermediário, hoje a situação já é bem diferente. Na última sessão em Barcelona, por exemplo, o campeão das 125 cc em 1997, das 250 cc em 1999, das 500 cc em 2001 e da MotoGP em 2002 e 2003 fez o melhor tempo.
Ontem, no treino que definiu o grid, Rossi mais uma vez surpreendeu. Marcou o melhor tempo (1min32s647) e largará em primeiro. Já Barros, decepcionou e sairá em oitavo -foi 712 milésimos mais lento que o italiano.
Nas entrevistas, porém, Rossi, que afirmou, oficialmente, que só lutará pelo título em 2005, tem procurado minimizar seus feitos. "Devemos melhorar a cada treino. Trabalhamos nisso desde o início para alcançar nosso objetivo", disse o italiano de 25 anos.
O fato é que, em poucos meses na Yamaha, Rossi conseguiu transformar a M1 em uma moto competitiva -houve melhora no rendimento de todos os componentes, da eletrônica ao motor.
Os números do italiano também impressionam. Há 22 corridas ele não deixa de subir no pódio, tem 51,6% de aproveitamento de vitórias, 84,4% de pódios e média de 19,47 pontos por corrida. Todos recordes da categoria.
Diferentemente de Rossi, a Yamaha amargou uma péssima temporada em 2003. Além de terminar em terceiro entre os construtores -atrás das rivais Honda e Ducati-, seu melhor piloto no ano foi o espanhol Carlos Checa, sétimo colocado no Mundial.


NA TV - GP da África do Sul, ao vivo, a partir das 8h30, na Sportv


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