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MOTOCICLISMO
Brasileiro, que herdou posto do campeão na Honda, tem sua melhor oportunidade de conseguir feito inédito
Com restos de Rossi, Barros corre atrás do primeiro título
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Com os restos da estrutura que
deu a Valentino Rossi seu quinto
título mundial, o brasileiro Alexandre Barros inicia hoje a busca
pelo inédito campeonato na principal categoria do motociclismo.
Após um ano na Yamaha, Barros está de volta à Honda, justamente na vaga aberta pela transferência do italiano para seu ex-time. E, diferentemente de suas 14
temporadas anteriores, nunca esteve em posição tão privilegiada.
O desafio de Barros começa
nesta manhã, a partir das 9h (de
Brasília), no GP da África do Sul,
abertura do Mundial de MotoGP.
"Minhas expectativas para este
ano são as melhores. Tenho uma
ótima equipe, uma moto fantástica e fui contratado para ser campeão", disse o brasileiro à Folha.
Mas a missão de Barros, que poderia parecer fácil, já começa a se
complicar. O piloto ainda não está
totalmente recuperado da operação que fez no fim do ano. "Passei
os últimos dias fazendo um intensivo programa de treinamento
para os músculos do ombro. Os
médicos acreditam que até maio a
lesão esteja totalmente sanada,
mas isso não quer dizer que eu
não possa ganhar corridas até lá."
Além disso, seu principal adversário deve ser novamente Rossi,
que já começa a deixar suas marcas mesmo tendo assumido seu
posto na Yamaha no segundo
pior jejum de vitórias que a equipe já atravessou desde que participa da categoria principal, em 1973
-são 18 corridas sem ganhar.
Se nas primeiras semanas da
pré-temporada Rossi ocupava o
pelotão intermediário, hoje a situação já é bem diferente. Na última sessão em Barcelona, por
exemplo, o campeão das 125 cc
em 1997, das 250 cc em 1999, das
500 cc em 2001 e da MotoGP em
2002 e 2003 fez o melhor tempo.
Ontem, no treino que definiu o
grid, Rossi mais uma vez surpreendeu. Marcou o melhor tempo (1min32s647) e largará em primeiro. Já Barros, decepcionou e
sairá em oitavo -foi 712 milésimos mais lento que o italiano.
Nas entrevistas, porém, Rossi,
que afirmou, oficialmente, que só
lutará pelo título em 2005, tem
procurado minimizar seus feitos.
"Devemos melhorar a cada treino. Trabalhamos nisso desde o
início para alcançar nosso objetivo", disse o italiano de 25 anos.
O fato é que, em poucos meses
na Yamaha, Rossi conseguiu
transformar a M1 em uma moto
competitiva -houve melhora no
rendimento de todos os componentes, da eletrônica ao motor.
Os números do italiano também impressionam. Há 22 corridas ele não deixa de subir no pódio, tem 51,6% de aproveitamento de vitórias, 84,4% de pódios e
média de 19,47 pontos por corrida. Todos recordes da categoria.
Diferentemente de Rossi, a Yamaha amargou uma péssima
temporada em 2003. Além de terminar em terceiro entre os construtores -atrás das rivais Honda
e Ducati-, seu melhor piloto no
ano foi o espanhol Carlos Checa,
sétimo colocado no Mundial.
NA TV - GP da África do
Sul, ao vivo, a partir das
8h30, na Sportv
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