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F-1
Michael Schumacher larga em primeiro na Áustria, e brasileiro alega estratégia diferente para justificar a quinta posição
Ferrari festeja pole, e Barrichello se irrita
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A ZELTWEG
Era para ter sido um dia de festa
da Ferrari após uma das mais fantásticas poles positions de Michael Schumacher. Mas não foi.
O ambiente ficou carregado
com a irritação de Rubens Barrichello, quinto colocado no grid do
GP da Áustria, a sua pior posição
de largada neste campeonato
-igual à da corrida da Malásia.
Nervoso, o piloto brasileiro parou a Ferrari número dois no parque fechado de Zeltweg e deu a
volta por trás dos boxes, evitando
a imprensa. Quando apareceu,
minutos depois e ainda de cara fechada, continuou calado.
Barrichello só foi falar uma hora
e meia após o treino, com a cabeça
mais fresca. Tentou dissimular.
Alegou uma estratégia diferente
em relação a Schumacher.
"Não foi uma boa posição, mas
fiz escolhas diferentes de gasolina
e outras coisas. Vamos ver se, na
corrida, essa estratégia compensa", afirmou. "Só que não achei
que fosse ficar tão atrás. Na hora,
bateu aqueles cinco minutos de
nervosismo, mas tudo bem."
É com esse espírito que Barrichello largará às 9h (de Brasília),
com TV, para a sexta etapa da
temporada, o GP da Áustria.
O contraste no caminhão da
Ferrari era flagrante. Enquanto o
brasileiro reclamava, Schumacher comemorava o resultado
com uma vibração incomum.
Ontem, apesar da reação dos
adversários e de uma armadilha
do regulamento, cravou a quarta
pole do ano, a 54ª da carreira.
"Estou muito feliz com essa pole. É o tipo de resultado que satisfaz, porque os tempos foram muito próximos", declarou.
Ontem, como em nenhum outro treino nesta temporada, os últimos pilotos a irem para a pista
ficaram em desvantagem. Com o
asfalto cheio de terra após escapadas de Fernando Alonso, David
Coulthard, Jenson Button, Mark
Webber e Jacques Villeneuve, a
dupla da Ferrari precisou de cuidados extras para não errar.
Barrichello, porém, sucumbiu à
sujeira no circuito. O carro balançou na primeira curva, ele cometeu dois erros na sua volta e ficou
longe dos primeiros colocados.
Último a entrar na pista -fora
o mais rápido anteontem-, o
alemão mostrou porque é o melhor do mundo. Apesar da imundice do asfalto e de ter perdido 0s2
no primeiro trecho, se recuperou
e fechou a volta com 0s039 de folga para Kimi Raikkonen.
Acostumados às façanhas do
alemão, nem os mecânicos da
Ferrari acreditaram. Assim que
ele cruzou a linha de chegada, levaram as mãos às cabeças, como
num movimento ensaiado, surpresos com a recuperação
"Cometi um erro na segunda
curva, mas consegui tracionar e
recuperar o embalo. Tenho que
agradecer aos meus engenheiros,
porque o balanço do meu carro
está perfeito desde sexta-feira",
disse o pentacampeão. "Nós estamos preparados para tudo."
Essa preparação inclui a possibilidade de chuva. Segundo a meteorologia, há boas chances de o
GP acontecer com pista molhada.
Entre os outros pilotos brasileiros, o mais bem colocado no grid
foi Antonio Pizzonia, em nono lugar -seu companheiro, Webber,
larga em 17º.
"Isso tira um peso dos ombros",
disse o amazonense, que há duas
semanas estava ameaçado de demissão. Cristiano da Matta, da
Toyota, foi o 13º.
NA TV - GP da Áustria, Globo,
ao vivo, às 9h
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