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FUTEBOL
Dependente de estrelas, Brasil tenta vazar alemãs
Daniela, Marta e Cristiane respondem por 100% dos gols da seleção
BRASIL
Equipe, prata em Atenas, busca mais uma final olímpica. Horário: 7h
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM
Para vencer a Alemanha hoje, às 7h, em Xangai, e passar à
final da Olimpíada de Pequim, é
bom que a seleção brasileira feminina de futebol tenha um dia
inspirado do seu trio de estrelas, formado por Daniela Alves,
Marta e Cristiane.
Desde que as três foram efetivadas juntas no time nacional, na Copa de 2003, nunca o
Brasil dependeu tanto delas para fazer gols como agora.
O time do técnico Jorge Barcellos marcou sete gols até agora nos Jogos. Todos eles foram
de suas estrelas -três com
Cristiane, dois com Daniela e
outros dois com Marta.
A participação de 100% do
trio na artilharia da seleção depois de quatro jogos em uma
mesma competição é inédita.
E ela vem subindo durante os
anos. No Mundial de 2003, elas
marcaram 44% dos tentos brasileiros. O índice passou para
60% na Olimpíada de Atenas e
chegou a 76% na última Copa.
Em termos absolutos, o momento mais sublime do trio
aconteceu no Pan do Rio, quando elas foram responsáveis por
26 dos 33 gols marcados pelo
Brasil na campanha que culminou com a medalha de ouro.
Somando esses três torneios,
o Pan do Rio e a Olimpíada chinesa, as três fizeram 59 dos 81
gols marcados pelo Brasil. Foram 27 de Marta, 21 de Cristiane e 11 de Daniela Alves.
Nos Jogos chineses, as estatísticas mostram que o Brasil
sofre para criar chances com
outras jogadoras. Foram até
agora 45 finalizações do time
de Barcellos. Nada menos do
que 31, ou 69%, foram de autoria de uma das três.
Até aqui, a força ofensiva de
suas estrelas fez o Brasil avançar às semifinais, mas, sem a
ajuda de outras jogadoras, a
média de gols marcados do time despencou em relação a outras competições importantes.
Na Olimpíada de Pequim, o
Brasil anotou até agora 1,75 gol
por partida. No Mundial do ano
passado, quando ficou com o vice, balançou as redes 2,83 vezes
por partida. Em Atenas, outra
campanha que acabou em vice,
também superou com folga o
desempenho atual, com 2,5.
Hoje, na semifinal, o Brasil
ainda terá que superar sua fragilidade ofensiva em jogos contra a Alemanha, e isso também
inclui Marta, Cristiane e Daniela Alves. Nos últimos dois jogos
contra as européias, incluindo
a decisão do Mundial, o Brasil
não conseguiu fazer gols. Nesta
Olimpíada, os dois times se enfrentaram na estréia, em jogo
amarrado que acabou sem gols.
Se passar pelas alemãs, o Brasil joga a final dos Jogos na próxima quinta, em Pequim. O rival sairá da outra semifinal, entre EUA e Japão. "Se tivermos
que enfrentar os EUA, vamos
jogar com tranqüilidade. Elas
têm um time novo, mas de muita qualidade", disse Cristiane.
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