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CHINA
RAUL JUSTE LORES
TV para chinês ver
O SEGUNDO maior edifício de escritórios do
mundo, depois do Pentágono, será inaugurado em Pequim no ano que vem. São duas
torres inclinadas de 49 andares
e 234 metros de altura, conectadas no topo e no térreo, a 90
graus, por pontes que criam esquinas suspensas.
Parece uma moldura distorcida, com um grande vão no
meio. Mas o povo apelidou o
prédio de "calças gigantes".
O moderno arranha-céu vai
abrigar a nova sede da Televisão Central da China (CCTV).
Espera-se que o vanguardismo
da construção, de R$ 1,3 bilhão,
inspire a rede estatal.
Criada há 50 anos, a CCTV
tem 16 canais. O visual é de
SBT. Os apresentadores ostentam o penteado vim-de-moto
que Jassa celebrizou em Sílvio
Santos. Mas imensos broches
das apresentadoras distraem o
espectador de qualquer cabelo.
O telejornal das 19h, com
meia hora de duração, é o mais
visto da China. Lembra o antigo
"A semana do presidente" -
imagens dos líderes comunistas recebendo convidados estrangeiros são alternadas com
cenas de calamidades ocorridas
no exterior.
A CCTV só começou a noticiar com destaque o terremoto
de maio passado seis horas
após a tragédia -ela precisava
esperar ordens do Departamento de Propaganda.
Depois da abertura da Olimpíada, vista por 842 milhões de
chineses, o programa de maior
audiência é a Gala do fim de ano
chinês. São 16 horas de danças
folclóricas, humoristas e números musicais em homenagem aos chefões do Partido.
Tirando "Escrava Isaura",
novelas brasileiras são desconhecidas. Qualquer cena de sexo é vetada. O politicamente
correto não chegou -quadros
humorísticos que fazem piada
com os migrantes rurais, com
maquiagem de dentes cariados
nos atores, são bem populares.
Mas, assim como no Ocidente, a audiência está diminuindo. Os jovens preferem navegar
horas na internet.
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