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FUTEBOL
Enfraquecido, "trio de ferro" disputa competição com menos da metade de jogadores de seleção em relação a 2001
Superpaulista tem legião de anônimos
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Estado que se orgulha de ter o
futebol mais poderoso do país vai
fazer um "supercampeonato"
bastante enfraquecido pelo nível
técnico de seus participantes.
Juntos, os empobrecidos Corinthians, Palmeiras e São Paulo terão em condições para a disputa
da competição apenas nove jogadores que já estiveram na seleção.
Mesmo se os seis atletas desses
times que estão hoje servindo o time de Luiz Felipe Scolari estivessem à disposição, a situação não
seria a mesma de anos anteriores.
No ano passado, por exemplo,
os três times mais poderosos de
São Paulo tinham, somados, 23
atletas com passagens pela seleção nacional em seus elencos.
As estrelas que ficaram para jogar o Supercampeonato Paulista,
que -além do "trio de ferro"-
terá a participação do Ituano,
também nunca se firmaram na
seleção. Os corintianos Fábio Luciano, Rogério, Ricardinho e Kléber tiveram participações muito
discretas com a camisa da seleção
brasileira, assim como os palmeirenses César e Christian.
No São Paulo, a situação dos jogadores de "nível de seleção" é
ainda pior. O zagueiro Emerson e
o meia Souza são reservas. O atacante França ainda não está recuperado de contusão e não irá enfrentar o Palmeiras hoje.
Dos nove selecionáveis, os únicos que foram chamados para defender a equipe nacional durante
a era Scolari foram Kléber, Emerson e França.
"Isso [a ausência de estrelas] diminuiu muito a importância do
clássico", declara o meia palmeirense Lopes, reconhecendo a falta
que jogadores de nome irão fazer
na competição estadual.
Sem astros, os grandes irão recorrer a muitas revelações e jogadores mais modestos. Para o lugar
de Dida, o Corinthians vai escalar
Doni. O Palmeiras irá apostar em
jogadores de seu time B, que disputa a terceira divisão. No São
Paulo, veteranos como o goleiro
Roger e o meia Adriano serão
usados como titulares.
Em um passado não muito distante, o Paulista contava com uma
constelação de craques.
Na edição de 1999, por exemplo,
o Corinthians tinha Gamarra, Ricardinho, Marcelinho, Rincón e
Vampeta. O Palmeiras alinhava
Arce, Júnior, César Sampaio,
Alex, Zinho e Evair. Já o São Paulo
ostentava em seu elenco Raí, Márcio Santos, Dodô e Serginho. Os
corintianos foram campeões.
Mas não é só pela qualidade dos
jogadores que o Supercampeonato Paulista não vai honrar o nome.
Receosa de marcar um clássico
para o Morumbi e ver depois as
arquibancadas vazias, a Federação Paulista agendou o jogo de
hoje entre Palmeiras e São Paulo
para o estádio Anacleto Campanella, em São Caetano, que comporta menos de 25 mil pessoas.
Times que fizeram a história do
Estadual também não terão o gosto de disputar a competição agora, como o Santos, que fez sua estréia no Paulista na década de 10.
Na mesma situação estão Lusa,
Guarani e Ponte Preta, que não
conseguiram vaga pelo desempenho ruim no Torneio Rio-SP.
Um dos poucos atrativos do torneio que começa hoje estará no
banco de reservas, apesar de o corintiano Carlos Alberto Parreira
ter abdicado de treinar seu time
no certame para acompanhar a
Copa. Juntos, o palmeirense
Wanderley Luxemburgo e o são-paulino Oswaldo de Oliveira acumulam seis títulos do Estadual.
O Supercampeonato Paulista
terá apenas seis jogos. Tanto as semifinais quanto a final serão realizadas em séries de duas partidas.
Colaborou Eduardo Arruda, da
Reportagem Local
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