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ATLETISMO
Para dirigente, resolução afeta lisura de torneios
Liberação provisória de brasileira pega no doping causa polêmica
DA REPORTAGEM LOCAL
A liberação provisória para
competir da brasileira Fabiane
dos Santos já trouxe polêmica ao
país. A meio-fundista, pega no
antidoping do GP Brasil, no Rio,
no ano passado, irá ser julgada,
em última instância, pelo Tribunal de Arbitragem do Esporte, em
Lausanne, na Suíça. Até lá, poderá
participar normalmente.
"Isso abre uma brecha perigosa.
Já pensou como ficam os outros
atletas, que irão competir contra
um adversário que, provavelmente, fez uso de doping?", questiona
Sérgio Coutinho Nogueira, presidente da equipe BM&F, principal
clube de atletismo do Brasil.
A Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo)
não aceitou as alegações do Tribunal de Justiça Desportiva da
CBAt (Confederação Brasileira de
Atletismo), que havia absolvido
Fabiane no começo do ano.
Segundo as novas disposições
do COI (Comitê Olímpico Internacional), casos como o da brasileira são remetidos ao tribunal
suíço. Porém, para não deixar a
atleta durante muito tempo inativa, há a liberação provisória.
"A Fabiane está suspensa desde
o dia 8 de agosto. O julgamento
em última instância vai demorar
uns três ou quatro meses. Não é
justo uma atleta ficar tanto tempo
sem competir", disse o espanhol
Josep Maria Mir, advogado da
brasileira, por telefone, à Folha.
A Iaaf tem até sexta-feira que
vem para apresentar a acusação
contra a atleta. A partir desse relatório é que a defesa fará suas alegações. "Temos esperança de que
vamos conseguir a absolvição. O
tribunal do COI é imparcial e não
é politizado", afirmou Mir.
(ADALBERTO LEISTER FILHO)
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