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Lesão afasta Brasil do pódio na areia
Juliana machuca o joelho e pode deixar principal dupla do país, recém-classificada para a Olimpíada, fora de Pequim
Líderes do ranking mundial falam em "fio de esperança" e esperam novos testes para definir se Larissa terá de buscar nova companheira
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
A principal dupla feminina
de vôlei de praia do país deve
viajar incompleta a Pequim. E
deixar o Brasil longe do pódio.
Juliana e Larissa ainda comemoravam a vaga olímpica,
assegurada no fim de semana,
quando entraram em quadra
ontem, no Grand Slam de Paris.
No segundo set da partida de
estréia, Juliana disputou uma
bola com uma adversária na rede e, ao tocar o pé na areia, despencou. A jogadora não teve
condições de continuar em
quadra e foi levada ao hospital.
Os primeiros exames apontaram contusão no ligamento
cruzado posterior do joelho direito. Lesão semelhante à que
tirou a atleta do Pan-Americano de 2003, quando a parceria
ainda não havia decolado, e a
deixou quase um ano parada.
Juliana e Larissa têm hoje
três títulos do Circuito Mundial e formam a dupla número
um do mundo. Na corrida pelos
Jogos, abocanharam uma das
duas vagas destinadas ao Brasil
de forma antecipada.
"Quando o médico disse que
deveria ser lesão de ligamento,
minha reação foi chorar e pensar que meu sonho tinha terminado ali. Mas me acalmei, recebi muito apoio da Larissa e da
comissão técnica e resolvi lutar, mesmo sabendo que será
muito difícil", afirmou Juliana,
por meio de sua assessoria.
A dupla deve embarcar hoje
para o Brasil, onde a jogadora
passará por novos exames.
Como o joelho estava bastante inchado, segundo as atletas,
os médicos franceses disseram
que não poderiam afirmar com
precisão a gravidade da lesão.
"Juliana será submetida a
exame clínico por um médico
de nossa confiança no Brasil. A
certeza que temos é a de que foi
uma lesão séria. Mas, enquanto
houver um fio de esperança,
não vamos nos dar por vencidas", afirmou Larissa.
A dupla aposta na possibilidade de Juliana usar uma joelheira especial durante os Jogos. Mas, segundo especialistas, se ocorreu mesmo a ruptura do ligamento, Juliana teria
de ser submetida a cirurgia e ficaria sem tempo hábil para se
recuperar para os Jogos.
O meio-de-rede da seleção
Rodrigão, por exemplo, sofreu
contusão semelhante em março e ainda corre contra o tempo
para estar no time em Pequim.
Se a ausência de Juliana for
confirmada, Larissa terá de escolher uma nova parceira, que
tenha disputado ao menos oito
etapas do Circuito Mundial durante o período de classificação
olímpica -desde 2007.
Em um esporte em que o entrosamento entre as jogadoras
é fundamental e não existem
reservas, a ausência de Juliana
transformará o time do Brasil
de favorito em surpresa.
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