|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MOTOR
Barrichello, 17
Veterano não se consagrou como vencedor, mas tem perfil perfeito para uma F-1 repleta de equipes médias
|
FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE
BARRICHELLO tentou negar,
afinal o papel timbrado ainda
não foi divulgado à imprensa.
Mas Brawn foi claro, não há margem
para ter sido "misquoted", termo
usado pelo piloto brasileiro ao ser
abordado por repórteres brasileiros.
À pergunta "então veremos os
mesmos pilotos nos seus carros no
ano que vem?", o chefe da Honda
respondeu "sim". Nessa, não há como ser mal interpretado. Sorry.
E assim Barrichello vai para sua
17ª temporada na categoria máxima
do automobilismo, igualando o número de Mundiais de Patrese -o recorde de corridas já ficou distante.
Se disputar os nove GPs que restam neste ano e os 19 programados
no pré-calendário de 2009, chegará
ao fim do próximo Mundial com 287
largadas, 12% a mais que o velho recorde, uma marca que parecia inalcançável tempos atrás. É bastante.
Como? Por quê? E daí?
Sendo útil. Barrichello não se consagrou como um grande vencedor,
mas conquistou essa fama no paddock, de piloto proficiente, centrado, sem arroubos de estrelismo.
E se é verdade que chegou à equipe certa (a Ferrari) na hora errada (o
auge de Schumacher), também é
que a F-1 contemporânea, repleta de
equipes tentando se estruturar, revela-se perfeita para ele. Red Bull,
Honda, BMW, Force India, Toyota,
Toro Rosso, Renault e Williams, oito
das dez equipes no grid, estão de
braços abertos para pilotos com esse
perfil. Fisichella, Webber, Trulli e
Coulthard (por ora) que o digam.
Por que ele? Porque ele trabalha
bem com Brawn e o inglês, lembrem-se, só chegou a Brackley neste
ano. O primeiro carro sob sua gestão
será o de 2009, e certamente Barrichello e Button estão sendo ouvidos
no projeto. Construir um carro para
dois pilotos e colocar outros dois para guiá-lo seria temerário, mais um
erro de percurso na história de uma
equipe que busca, enfim, se acertar.
E daí? E daí que, freqüentemente
claudicante fora das pistas -como
na entrevista de ontem-, mas cheio
de vontade dentro delas, por um
motivo ou por outro, Barrichello
chegará a uma marca de respeito. E
por esse número merece parabéns.
ARRANCADA
Em cinco corridas, Stoner descontou 21 pontos para a liderança
da MotoGP. E, ontem, voltou à rotina das últimas provas e cravou todo
mundo nos EUA. A ponto de Rossi
já dizer que "teremos que trabalhar
muito duro para diminuir a diferença de performance" e de Hayden se oferecer para a Ducati.
COISA ESTRANHA
O anúncio do doping de Paulo Salustiano completa dois meses na
segunda-feira e até agora a CBA
não divulgou qual foi a substância
encontrada. No meio do automobilismo, não faltam histórias sobre o
silêncio e sobre os motivos do doping. Alguma coisa cheira mal...
fseixas@folhasp.com.br
Texto Anterior: Feminino: Grupo dos jogos está definido Próximo Texto: José Geraldo Couto: Dia do Futebol Índice
|