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Sucesso no país, cruzeirense tem currículo pífio no exterior
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os números não deixam dúvida. Wanderley Luxemburgo é cidadão do Brasil, não do mundo.
A história dele como técnico no
Brasileiro é rica: 300 jogos e 150 vitórias. Dos treinadores com número significativo de partidas, é o
que tem melhor aproveitamento
de vitórias (50%). O retrospecto
dele no exterior, porém, é ridículo. Venceu apenas um jogo oficial
fora do país à frente de clubes.
Luxemburgo tem tudo para se
tornar neste ano o primeiro técnico com quatro títulos do Nacional
(1993, 1994, 1998 e 2003). E deve ficar só atrás de Telê Santana em
número de vitórias no torneio.
Outra façanha será conquistar
na mesma temporada a Copa do
Brasil e o Brasileiro, algo inédito.
Como Michael Schumacher, o
treinador do Cruzeiro é ameaça a
todos os recordes. Mas, diferentemente do piloto alemão, ele carrega a sina de profissional caseiro.
Libertadores, Supercopa, Copa
Mercosul. Seja com um poderoso
Palmeiras, com um Santos tão
respeitado no exterior ou com um
Corinthians apoiado por ricas
empresas, Luxemburgo quebrou
a cara feio longe da fronteira.
Em 2001, quando teve seu único
sucesso fora (2 a 0 no Colo Colo,
em Santiago), viveu seu ápice no
exterior com clubes -seu Corinthians foi eliminado na semifinal
da Mercosul após sofrer uma goleada de 4 a1 do San Lorenzo.
No Brasil, um festival de conquistas. Ganhou cinco Paulistas,
um no Bragantino, três no Palmeiras e um no Corinthians. Foi
campeão duas vezes do Rio-São
Paulo, conquistou o Mineiro, a
Taça Guanabara e até o Capixaba.
Em 93, venceu tudo no país e tirou o Palmeiras da fila, mas, na
Espanha, deixou o Ramón de
Carranza com o Cádiz, perdeu no
Santiago Bernabéu para o Real
Madrid e caiu ante o Valladolid.
Em excursões, conseguiu algumas vitórias, mas contra equipes
frágeis ou pouco famosas, como
Quanxing, Taishan, Bardford e
Wolverhampton. Na Europa, seu
resultado mais expressivo foi um
2 a 2 com o norueguês Rosenborg.
Enfrentou a Colômbia em 1994,
ano em que a seleção de Valderrama deu vexame na Copa. Com o
Palmeiras, perdeu de 3 a 0.
Na seleção brasileira, Luxemburgo manteve o estigma caseiro.
Venceu o Pré-Olímpico no Brasil,
mas teve fracasso retumbante nos
Jogos de Sydney. Ganhou em 1999
uma Copa América cheia de rivais
com times B, e a seleção mal saiu
de casa -a disputa foi no Paraguai, mas o time ficava em Foz do
Iguaçu. Perdeu amistoso da Coréia do Sul, caiu na final da Copa
das Confederações e, nas eliminatórias, tomou até de 3 a 0 do Chile.
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