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MEMÓRIA
Húngaro perdeu mão esquerda e foi bicampeão
DA REPORTAGEM LOCAL
Os casos são raros. Em 104
anos de história, poucos
atletas portadores de deficiências conseguiram disputar os Jogos Olímpicos.
Entre os amputados, o primeiro caso foi registrado
apenas na Olimpíada de
Londres, em 1948. Karoly
Takacs, atirador húngaro,
protagonizou a façanha.
Ele fazia parte da seleção
de seu país até 1938. Sargento do exército, foi nomeado
para uma ação militar aparentemente corriqueira.
Uma granada com defeito,
porém, acabou explodindo e
esfacelando sua mão esquerda. Era a mão que com que
portava a pistola.
Após um mês no hospital,
Takacs começou a lapidar a
mão direita para voltar a
competir. Em 1939, triunfou
no torneio nacional e exibiu
parte da velha pontaria.
Os Jogos de 1940 e 1944
não foram realizados em decorrência da Segunda Guerra. Em Londres-1948, aos 38
anos, Takacs chegou dizendo aos rivais que estava ali
apenas para "aprender". Só
que aprendeu rápido. Bateu
os favoritos e levou o ouro
com um recorde mundial.
Quatro anos depois, em
Helsinque, na Finlândia, repetiu o feito e se tornou o
primeiro bicampeão olímpico de pistola rápida.
Outro caso emblemático
foi o da neozelandesa Neroli
Fairhall, primeira paraplégica que disputou uma Olimpíada. Ela perdeu o movimento dos membros inferiores após um acidente de
moto. Em Los Angeles-1984,
participou das provas de tiro
com arco sentada em sua cadeira de rodas. "Perguntavam se eu sentia muita desvantagem em atirar sentada.
Eu respondia que não sabia,
porque nunca havia atirado
em pé", dizia. Neroli acabou
na 35ª posição.
(GR)
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