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COI não acha cifras um problema
DA REPORTAGEM LOCAL
O fato de São Paulo ter previsto
gastos maiores do que as demais
cidades que já lançaram -ou ensaiam fazê-lo- sua candidatura
para sede dos Jogos de 2012 não é,
por si só, um ponto negativo.
É o que diz o Comitê Olímpico
Internacional, que irá decidir, em
julho de 2005, qual cidade será a
vencedora -para ser a postulante brasileira, São Paulo terá que
vencer o Rio, no próximo dia 7 de
julho, em decisão a ser tomada
pela Assembléia Geral do Comitê
Olímpico Brasileiro.
Em e-mail para a Folha, o departamento de comunicação do
COI afirma que o importante é
"as cidades montarem um projeto exequível, mostrando projeções realistas para realmente receber uma Olimpíada", além de
"definir claramente quais serão
suas fontes de financiamento, trazendo um orçamento completo,
contendo as origens dos recursos
e dando as garantias devidas".
De fato, Pequim, a cidade que
apresentou o maior orçamento
para realizar os Jogos de 2008
nem por isso deixou de ser a vencedora. E os gastos dos chineses
para se preparar para 2008 são
ainda maiores do que os previstos
pelos paulistas. Chegam a US$
18,3 bilhões, sendo que boa parte
irá para investimentos em meio
ambiente. Paris, com gastos bem
menores, que não chegavam à casa de US$ 1 bilhão, acabou perdendo para a capital chinesa.
Além da questão das garantias
financeiras, outro ponto importante passou a ser a segurança, especialmente após os atentados de
11 de setembro de 2001 nos EUA.
"Jogos com segurança passaram a ser prioridade número
um", disse Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, durante
seminário das cidades brasileiras
postulantes aos Jogos de 2012,
realizado no Rio de Janeiro.
Para o dirigente, o fato de São
Paulo e Rio terem decidido ser
candidatas é importante para o
sucesso do país -as duas tentativas anteriores de abrigar uma
Olimpíada, com Brasília-2000 e
Rio-2004, foram um fracasso.
"A disputa começa mais cedo e
tanto São Paulo como o Rio entenderam a importância de apresentarem um dossiê completo e
que possa ser executado."
O COB lembra ainda que o impacto econômico de uma Olimpíada é grande. Em Sydney-2000,
por causa dos Jogos foram criados mais de cem mil empregos e
adicionados mais de US$ 3 bilhões ao PIB australiano.
(JCA)
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