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FUTEBOL
"Pequeno e defensivo", Brasil perde até fair play
Atuação tímida da equipe de Dunga impressiona Maradona
Argentina fica mais tempo com a posse de bola e vê os brasileiros apelarem para a violência no fim do jogo que minou frequesia sobre rival
DOS ENVIADOS A PEQUIM
Após a vitória da sua Argentina sobre o Brasil, ontem, em
Pequim, o ídolo argentino Diego Maradona declarou que "fazia tempo que não via um Brasil
tão pequeno e tão defensivo".
O ex-jogador tem razão.
Sem aquilo que considera a
maior arma do seu time, a posse de bola, o técnico Dunga, que
estava invicto como treinador
diante da Argentina, viu seu time ser dominado e ainda dar
uma clara demonstração de falta de "fair play" (jogo limpo).
Segundo dados oficiais, o
Brasil cometeu 27 faltas, contra
apenas 17 dos argentinos.
Quando já perdia, no segundo
tempo, Lucas e Thiago Neves
fizeram faltas violentas em
Mascherano e foram expulsos.
Desespero de quem nunca
conseguiu controlar o jogo. O
Brasil ficou ontem com a bola
por apenas 23 minutos, ou dois
minutos a menos do que a Argentina. Foi a primeira vez na
Olimpíada que os brasileiros tiveram a bola por menos tempo
que o adversário -a média do
time superava os 30 minutos de
posse por partida.
Nos primeiros 45 minutos, a
zaga brasileira ainda funcionou
bem, e o jogo foi mais amarrado. Tudo bem diferente da segunda metade da partida.
Até então invicta na Olimpíada e nos dois amistosos preparatórios, em Cingapura e no
Vietnã, a defesa brasileira começou a falhar feio.
Primeiro, aos 7min, não conseguiu interceptar chute cruzado de Di Maria, que acabou em
uma conclusão com o peito de
Agüero, que abriu assim o placar do confronto, com Renan
estático. Seis minutos depois,
Messi fez fila e iniciou a jogada
que acabou com mais uma finalização de Agüero, sem marcação, dentro da área: 2 a 0.
O genro de Maradona ainda
sofreu o pênalti que resultou no
terceiro gol argentino, em cobrança de Riquelme, aos 31min.
"Na Copa América [da Venezuela, em 2007], jogamos bem
todo o campeonato e perdemos
para o Brasil. Agora conseguimos vencer", disse o meia do
Boca Juniors, um dos atletas
acima de 23 anos usados pelo
rival nos Jogos chineses.
"O jogo estava igual no primeiro tempo, mas tomamos
um gol logo no início do segundo que desequilibrou nosso time", declarou Ronaldinho.
Segundo a assessoria da CBF,
a seleção volta para Pequim caso vença a Bélgica, em Xangai,
para receber, no sábado, a medalha de bronze. Em Atlanta,
há 12 anos, o time também foi o
terceiro colocado, mas não recebeu a premiação junto com
Nigéria (ouro) e Argentina
(prata), que também decidiram
o título daquela Olimpíada.
Para o jogo contra os belgas,
adversários que os brasileiros
bateram na primeira fase em
um suado 1 a 0 com direito a
muita reclamação dos belgas
contra a arbitragem, Dunga
não terá, além dos expulsos Lucas e Thiago Neves, o lateral
Rafinha e o zagueiro Breno,
suspensos por amarelos.
Rafael Sobis, que machucou
o braço, também é dúvida.
(PAULO COBOS E FÁBIO SEIXAS)
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