São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

quente

Três meses após golear rival, Corinthians, mergulhado na crise, revê São Paulo, agora em alta

Clássico expõe briga pelo topo, sentimento de revanche e até medo de violência

RAFAEL REIS
RODRIGO BUENO

DE SÃO PAULO

Qualquer clássico entre São Paulo e Corinthians já tem, por si só, muito valor.
Só que o encontro desta noite entre os arquirrivais vale bem mais do que o normal.
Vale dormir na liderança do Brasileiro para quem sair do Morumbi com mais três pontos na conta -a dupla está atrás somente do Vasco.
Vale o sentimento de revanche para um São Paulo que não consegue deixar para trás a goleada por 5 a 0 sofrida no primeiro turno e que lhe trouxe tantas mudanças -sete titulares de hoje não estiveram naquela partida.
E vale, para o Corinthians, basicamente tudo. O time que deixou a liderança após 17 rodadas depois de perder para o Santos, no último domingo, está afundado na crise.
Um novo insucesso contra um arquirrival pode causar danos que serão irreversíveis para o resto da temporada.
Diante da pressão, o técnico Tite mudou boa parte da defesa. Barrou o capitão Chicão, e a dupla de zaga será formada por Wallace e Paulo André, com Leandro Castán jogando na lateral esquerda.
O treinador disse que não foi convidado para o encontro entre torcedores uniformizados e jogadores e que não foi por isso que Chicão, um dos que participaram da reunião, acabou sendo barrado.
"Houve uma conversa dentro dos parâmetros normais de um grande clube. Minha conduta profissional não vai ser pautada por nenhuma pressão externa. Não tem ameaça nem negociação", disse o treinador corintiano.
Tite sentiu ontem a cobrança. Cerca de 20 membros de torcida organizada puseram três faixas de protesto na frente do CT e exigiram falar com o técnico e com atletas. A segurança foi reforçada, inclusive com viaturas da PM.
Em uma das faixas, havia a mensagem: "Precisa-se: 1 técnico de futebol profissional. Pré-requisitos: visão de jogo, esquema tático, liderança... e sede de vitórias".
Na entrevista, Tite chegou a se emocionar quando falou que estava pensando mais na segurança pessoal por conta dos protestos e da má fase.
"Penso, penso, penso mais na família, que é uma coisa sagrada. Não se mexe com algo sagrado. Vamos trazer tudo para o limite do esporte."
O técnico negou ter recebido ameaças. Mas a Camisa 12 promete intensificar a cobrança em caso de derrota.
"Hoje [ontem], viemos só conversar, só uns 20. Se perder, pode chegar com 15 mil, 20 mil, não vai adiantar viatura", falou Marco Antônio, o Capão, diretor de arquibancada da uniformizada.



Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Corinthians ganha em altura com mudanças
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.