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BASQUETE
Maiores pontuadores do 1º Nacional após saída de cena do cestinha atuam em times com pouca ambição no torneio
Sem Oscar, cesta é arma de coadjuvante
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
No primeiro Nacional disputado após a despedida de Oscar das
quadras, os cestinhas viraram arma de equipes modestas.
Sem o concorrente em cena, a
disputa é liderada por Kenya Lamont, 31, do estreante Brasília,
com média de 22,3 pontos por
duelo. O americano é perseguido
por seu compatriota Charles Byrd
(22,1 por jogo), do Blumenau, 12º
colocado entre 16 equipes.
O primeiro brasileiro da relação
é Jefferson (21,8 por confronto),
ala do Paulistano, outro clube
sem tradição -disputa o primeiro Nacional de sua história.
Protagonistas embaixo da tabela, os três estão cientes de seus papéis de coadjuvantes na classificação geral. "Ajudo o time da melhor maneira possível. Mas o ideal
seria que mais jogadores pontuassem", lamenta Byrd, que já comemorou a conquista do Nacional,
pelo Vasco, em 2000 e 2001.
Jefferson, 20, que divide o estrelato de sua equipe com o armador
Marcelinho, expõe o objetivo do
único time da capital paulista no
campeonato: chegar aos mata-matas. O Paulistano está na zona
de classificação, em sétimo lugar.
"Buscamos isso desde que a
equipe foi montada", diz ele, que
aposta no empenho do grupo para atingir a meta. "Vamos treinar
no Carnaval. Nosso time tem menos opções do que o Uberlândia,
por exemplo. Por isso temos que
dar algo mais, que é treinar mais."
A simples participação já parecer ser um feito para alguns. Esse
é o caso do Brasília, que chegou ao
Nacional após passar pelo difícil
classificatório da Supercopa Brasil -para obter a vaga, teve que
eliminar Paulistano e Hebraica.
"Em Brasília temos que vencer
todas as partidas. Nunca joguei
para tanta gente", festeja Kenya,
ídolo local, que costuma ter seu
nome gritado pela torcida durante os 40 minutos de disputa.
Byrd espera conduzir o Blumenau um patamar acima. Mas, para
isso, reconhece que o clube de
Santa Catarina precisa melhorar
muito em alguns setores.
"Falta experiência à equipe. É
necessário ajustar a marcação,
acertar o posicionamento... Precisávamos de um pouco mais de
tempo junto", enumera o ala-armador, apontando o dedo para a
defesa de sua equipe, a pior do
Nacional (média de 95,5 pontos
sofridos por confronto).
"Outros clubes disputam o Paulista ou o Estadual do Rio e têm
mais conjunto. Nosso grupo foi
montado para a disputa do Nacional", conforma-se Byrd.
Principais armas de suas equipes, os três cestinhas acreditam
ser impossível alguém chegar
próximo dos recordes de Oscar.
A diferença do ala para seus perseguidores é, de fato, retumbante.
Desde que participou de seu
primeiro Nacional, em 1996,
quando retornou da Europa, até o
último, no ano passado, Oscar dominou a pontaria da competição.
Nas oito vezes que disputou o
campeonato, conseguiu média
acumulada de 35,3 pontos por
partida. Esse número é 58%
maior do que o obtido por Lamont, o cestinha deste ano.
O ala, que atuou sucessivamente por Corinthians, Barueri e Flamengo até encerrar a carreira,
nunca ficou com uma média inferior a 30 pontos por jogo em uma
edição de Nacional. Nenhum líder do fundamento em outro
campeonato atingiu essa marca.
Se os cestinhas atuais defendem
clubes que não têm ambição de
levantar o troféu, as equipes de
Oscar sempre foram longe.
O atleta foi campeão nacional
pelo Corinthians em 1996. Quatro
anos depois levou o Flamengo à
decisão. Nas outras edições, ao
menos chegou às quartas-de-final. "Não dá para comparar com
o Oscar. Vai ser difícil um atleta
chegar à média de 30 pontos por
partida porque o jogo também
mudou muito", analisa Jefferson.
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