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Atenas conhece homem mais rápido do mundo sob a sombra de doping
DO ENVIADO A ATENAS
O instante da largada está marcado. Às 23h10 de Atenas, 17h10
de Brasília, os oito melhores velocistas do planeta partirão para a
disputa da mais clássica prova do
atletismo, os 100 m. Tudo o que o
COI e o Athoc esperam é que ela
acabe dez segundos depois. Que
não tenha desdobramentos ou
mudanças de resultados. Que o
fantasma do doping não apareça.
Seria uma mancha para os Jogos, assim como foi a desclassificação de Ben Johnson em Seul.
Mas o receio existe, embora ninguém do COI ou da organização
da Olimpíada fale abertamente.
E tem nome: Trevor Graham.
Ele não corre, não salta, nunca
disputou uma final olímpica. Jamaicano, 40, é treinador de
Shawn Crawford e Justin Gatlin.
Não faltam motivos para preocupações. Graham era o técnico
de Marion Jones em Sydney. Trabalhou com Tim Montgomery,
recordista dos 100 m e que, estranhamente, não obteve vaga para
Atenas. Foi, até 2001, sócio do Balco (laboratório que fabricava o esteróide THG). E viu, de um ano
para cá, seis de seus atletas serem
pegos no antidoping.
Mais: foi acusado formalmente
pelo arremessador de peso C.J.
Hunter, ex-marido de Jones, de
injetar drogas em seus atletas.
Crawford e Gatlin disputariam
ontem à tarde as quartas-de-final
dos 100 m. Caso passassem, correrão hoje as semifinais às 14h55.
Para eles, mera formalidade.
Ontem, Crawford, que tem o melhor tempo do ano -9s88- foi o
mais rápido nas primeiras baterias, com 10s02. O jamaicano Asafa Powell foi o segundo, com
10s06, um centésimo mais veloz
do que Gatlin. Três brasileiros
correriam: Jarbas Mascarenhas,
André Domingos e Vicente Lenilson.
(FABIO SEIXAS)
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