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O mundo assiste à Olimpíada
Primeiros índices de audiência mostram crescimento nos EUA e na Europa e deixam COI, que temia queda no valor dos direitos de TV, mais aliviado
DO ENVIADO A ATENAS
O Comitê Olímpico Internacional respira aliviado. Ontem, pôde
mostrar números positivos, embora preliminares, sobre a audiência da TV nos Jogos. E os índices são melhores do que previa.
Os dados são da cerimônia de
abertura, em 13 de agosto. Nos
EUA, principal mercado, o evento
atraiu 56 milhões de espectadores
para a NBC. É mais do que o capítulo final do seriado "Friends",
considerada "a" atração da grade
norte-americana neste ano.
Os índices positivos se repetem.
No Reino Unido, a festa atingiu
pico de audiência de 38,1 pontos
(quase 2,5 vezes a de Sydney-2000). Na França, foi a cerimônia
mais vista da história, com 7,3 milhões de pessoas sentadas em
frente à TV. Na Alemanha, metade do país viu o evento -três vezes mais do que há quatro anos.
Os dados referentes a dias de
competição ainda estão por sair.
Mas o COI comemora o início positivo. Afinal, temia uma continuação do que ocorreu em
Sydney, quando, devido ao fuso
horário desfavorável, as TVs registraram amargas audiências.
Em Atenas-2004, mais de 300
emissoras transmitem um total
de 35 mil horas de cobertura. A
audiência global estimada dos Jogos é de 3,9 bilhões de pessoas
-estão contados vídeos difundidos por meio de telefonia móvel.
A venda dos direitos de imagem
é a principal fonte de recursos do
comitê. Se a audiência cai, o produto se desvaloriza.
A recordista de transmissão será a NBC, que, com seis canais,
exibirá 1.210 horas de eventos (se
levados ao ar seguidamente, durariam 50 dias). Mas a emissora
viu o alarme soar, após um início
de Jogos com índices titubeantes.
A rede depositou nos cofres do
COI a cifra recorde de US$ 3,7 bilhões para garantir a transmissão
com exclusividade nos EUA dos
Jogos de 2000, 2004 e 2008 e dos
de inverno de 2002 e 2006. Além
disso, fez um contrato de alto risco com seus patrocinadores. Recebeu adiantado US$ 1 bilhão em
receitas publicitárias, mas prometeu que, na média, a audiência de
TV seria maior neste ano do que
em 2000. Caso não cumpra, terá
de devolver parte do dinheiro, o
que pode comprometer o retorno
projetado de US$ 50 milhões.
No primeiro dia de provas, porém, os aparelhos sintonizados na
Olimpíada continuavam, em média, em menor quantidade do que
há quatro, segundo a Nielsen Media Research. Mas tudo mudou.
Graças às finais da natação, com
o duelo entre Michael Phelps
(EUA) e Ian Thorpe (AUS) nos
200 m livre, e da ginástica, os americanos voltaram-se para Atenas.
E os índices estouraram.
Na média, 26,9 milhões de lares
do país estão sintonizados diariamente na cobertura -6 milhões a
mais que o registrado em Sydney.
A estratégia da emissora envolve riscos. Ela tem exibido os grandes eventos no horário nobre
-entre as 18h e as 20h. Mas as
principais finais olímpicas ocorrem à tarde nos EUA. Ainda assim, a opção é não exibir ao vivo
as provas mais populares, mas
mostrá-las gravadas, mais tarde.
O problema é a internet, que quebra o suspense.
(MARCELO DIEGO)
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