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Capacidade de estádios é "oficiosa", afirma CBF
Números da entidade divergem dos de clubes e federações, e diretor promete cadastro nacional de arenas para uniformizar dados
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Levantamento do Datafolha
sobre taxa de ocupação dos estádios nacionais despertou polêmica entre clubes e federações. E revela que, no país da
Copa-2014, os 19 estádios utilizados no Brasileiro não têm
uma capacidade de público que
possa ser considerada oficial.
Dados da CBF destoam dos
apresentados por administradores de algumas arenas, apesar de a confederação citar os
próprios como fonte. Em sua
maioria, são inferiores aos
apresentados por reportagem
da Folha em 12 de julho.
Novo cálculo realizado pelo
Datafolha, com base nos números da CBF, mostra que a taxa
média de ocupação das arenas
neste Brasileiro está em 35,1%,
superior ao 28,2% apurado anteriormente -ainda assim,
bem inferior às dos principais
campeonatos europeus.
O ranking de ocupação segue
sem grandes alterações, a começar pelos estádios de Recife,
que permanecem no topo (veja
quadro). Na verdade, esse talvez seja o único consenso.
Na Arena da Baixada, a CBF
aponta 32 mil lugares, contra
25.572 da assessoria de imprensa do Atlético-PR. No
Couto Pereira, o site oficial do
Coritiba afirma que a capacidade é de 37.182, mas a CBF diz
que a arena tem 35.759 lugares.
Outro exemplo é o Barradão.
A CBF indica que o estádio pode receber 40 mil. Para o presidente da federação baiana, Ednaldo Gomes, 35 mil. "Antes,
eram 45 mil. A CBF exigiu que
o espaço das cadeiras fosse ampliado, e a capacidade caiu."
Ao apresentar os dados, o diretor de competições da CBF,
Virgílio Elísio, admitiu a dificuldade para se obter números
oficiais. "Para mim, esses números são oficiosos, não oficiais, porque são cálculos dos
administradores dos estádios."
Para evitar equívocos, a CBF
pretende criar um cadastro nacional, no qual constarão dados
dos estádios das Séries A, B e C.
Elísio solicitará às federações
que apresentem, em três meses, laudos da Polícia Militar
atestando as capacidades.
"Esses novos dados serão parecidos aos que temos. Mas é
importante que existam números oficiais e que os parâmetros
sejam os mesmos", afirma.
Carlos de La Corte, autor de
tese de doutorado na USP sobre estádios, diz que o Brasil
carece de uma normativa que
padronize o cálculo de capacidades, com base em parâmetros de conforto e segurança.
Na Inglaterra, conta o arquiteto, existe até uma autarquia exclusiva para o assunto, a "Football Licensing Authority".
"A PM de cada Estado usa
um critério. Não dá para comprovar que a PM de Porto Alegre use os mesmos parâmetros
que a de Salvador", explica.
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