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FUTEBOL
Brincar de Eurocopa
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Eurocopa está enfim desenhada e, para o bem da
maioria, com ótimos contornos.
No próximo domingo, acontecerá
o sorteio que definirá os grupos
do torneio, que viu a classificação
de todos os seus campeões.
A acirrada repescagem salvou
Espanha, Holanda e Rússia, seleções que, pela história, seriam ausências sentidas na disputa que
colocará Portugal no centro das
atenções como nunca antes.
De finalistas de Eurocopa, só a
Bélgica não brincará. A Iugoslávia foi a duas decisões, mas hoje
inexiste, e a Croácia representará
os bálcãs. Já a Rússia é a herdeira
oficial da União Soviética.
Sem falar da secular rivalidade
entre os países, a chegada das seleções de maior tradição à fase final conspira a favor da competição, que colocará todos os campeões em solo estrangeiro (mandante, Portugal é sim favorito).
O título, aliás, significará um
prêmio de mais de US$ 20 milhões, quase três vezes o que a Fifa
pagou à CBF pela Copa. A humilde Letônia, maior surpresa entre
os 16 classificados, já abocanhou
mais de US$ 5 milhões pela participação. E cada vitória na primeira fase renderá US$ 770 mil.
Poucas serão as grandes estrelas
européias que verão a Euro pela
TV. O galês Giggs (30 anos neste
mês) praticamente deu adeus ao
desejo de jogar pelo seu país um
torneio de expressão (desde aquele gol de Pelé em 1958 o País de
Gales não reage). Shevchenko
ainda é novo, mas sua boa Ucrânia está passando do tempo e envergonhando os que tanto apostavam nela, como este colunista.
O goleiro turco Rustu também
pode ser incluído na pequena lista de astros ausentes, mas sua
presença no Mundial já o deixou
bastante exposto. No mais, um
Solskjaer e um Carew aqui, um
Roy Keane e um Duff ali, um
Sonck lá, um Mihajlovic acolá.
Nada a se lamentar demais.
A Euro resgatou as ótimas Holanda e República Tcheca, principais desfalques da Copa-02. As
duas construíram grandes séries
invictas após o Mundial. A Holanda, colocada em dúvida por
alguns por uma derrota para a
Escócia em que foi infinitamente
superior (apesar de toda a sua crise de relacionamento), venceu
nos últimos meses, entre outros,
Inglaterra, Argentina, Espanha e
Alemanha. A República Tcheca,
por sua vez, ainda não perdeu
após a Copa. Seu elenco e sua estrela (Nedved) estão no auge, e o
prêmio veio com a definição dos
cabeças-de-chave da Euro.
Além de Portugal, chefe do Grupo A, encabeçam chaves França,
Suécia e República Tcheca. O critério adotado pela Uefa é a participação nas eliminatórias da Copa-02 e da Euro-04. Os suecos saíram no lucro porque tiveram a
sorte de cair em grupos mais frágeis nessas eliminatórias.
Pela distribuição, estão em um
segundo nível (?) Alemanha, Espanha, Inglaterra e Itália. Em um
terceiro escalão (?), Croácia, Dinamarca, Holanda e Rússia. Os
bobos (?) são Bulgária, Grécia, Letônia e Suíça. Você tem uma semana para brincar de montar
grupos. O meu pior: Suécia, Alemanha, Rússia e Letônia. Melhor:
França, Itália, Holanda e Grécia.
É brincadeira!
Europeus na Olimpíada
Três favoritos ao Europeu sub-21 foram eliminados: Espanha, França e República Tcheca. Essa é uma boa notícia para o Brasil, já que os
três seriam grandes ameaças ao inédito ouro nos Jogos Olímpicos,
em Atenas, no ano que vem. Alemanha, Belarus, Croácia, Itália, Portugal, Sérvia e Montenegro, Suécia e Suíça disputam três vagas na
Olimpíada (uma já é da Grécia). Portugal, com o seu Ronaldo, já pinta como um forte candidato.
Europeus no Mundial sub-20
Os tchecos são os maiores rivais do Brasil na fase inicial, mas os espanhóis estão mais cotados. Alemanha, Eslováquia, Inglaterra e Irlanda
também jogam. Com Argentina e Brasil desfalcados, todos têm mais
chances.
E-mail: rbueno@folhasp.com.br
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