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BOXE
Etnia mais do que dobra participação em listagens de 15 anos para cá, passando de menos de 20% para mais de 40%
Latinos campeões crescem em rankings
DA REPORTAGEM LOCAL
Maior astro do boxe abaixo dos
pesados, Oscar de la Hoya, no papel de empresário, promoveria
neste fim de semana o seu primeiro pay-per-view. Trata-se de uma
programação predominantemente latina, o filão que mais
cresce dentro e fora dos ringues.
As outras três programações
transmitidas pelas TVs dos EUA
neste fim de semana também teriam como protagonistas latinos.
Nos últimos 15 anos, o número
de latinos campeões mundiais pelas quatro principais entidades do
boxe -CMB, AMB, FIB e
OMB- mais do que duplicou:
saltou de 17,6% para 42,6%. No
total, são 68 vagas de campeões
mundiais pelas quatro versões.
A OMB é a que mais tem latinos
campeões. São dez -58,8% do
total. Mas mesmo que a OMB,
que em 1988 iniciava suas operações e cuja maioria dos títulos estavam vagos à época -tinha só
três campeões em dezembro daquele ano-, fosse retirada da
equação, a análise das outras três
entidades ainda registraria crescimento latino, embora em menor
escala: iria de 23,5% para 37,2%.
Os lutadores brasileiros estão
entre os beneficiados pelo boom
latino. O brasileiro Acelino Freitas, o Popó, foi campeão durante
essa expansão latina, e seu ex-sparring, Kelson Pinto, disputa
um cinturão mundial interino da
OMB no dia 13 de dezembro.
Os promotores de pugilismo
também detectaram o crescimento da influência latina fora dos
ringues: em sua audiência.
Assim, nos últimos anos, os telespectadores passaram a ser
bombardeados com anúncios de
diversas programações latinas em
pay-per-view ou em TV a cabo.
""Solo Boxeo", o mensal ""Boxeo
de Oro", de De la Hoya, que renovou por mais um ano com a HBO
latina, o pay-per-view ""Latin
Fury", de Bob Arum, um dos dois
maiores promotores do mundo, e
""Telemundo Presenta" são alguns desses muitos programas.
Dentro dessa mesma tendência,
a publicação especializada norte-americana ""Boxing Digest" tornou-se bilingue: Há uma seção
denominada ""Rincón Latino",
com conteúdo exclusivo escrito
em castelhano, visando o segmento que mais cresce dentro da
população norte-americana.
Dentro dos ringues, os lutadores latinos convencem à força os
adversários de seu poderio.
Este ano, em combates disputados em um espaço de três semanas, três boxeadores afro-americanos, favoritíssimos, foram derrotados por pugilistas hispânicos.
O medalhista olímpico Richard
Williams, o campeão dos galos
Tim Austin, no topo por cinco
anos, e o campeão dos meio-médios Vernon Forrest, considerado
um dos melhores lutadores da
atualidade, perderam invencibilidades ou títulos para, respectivamente, Juan Valenzuela, Rafael
Marquez e Ricardo Mayorga.
O fato motivou até mesmo a publicação especializada americana
""The Ring" a questionar ""Is boxing becoming boxeo?", em um
trocadilho com o modo como boxe é escrito em inglês e castelhano.
(EDUARDO OHATA)
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