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Até vento é critério para parceria
DA REPORTAGEM LOCAL
A energia dos ventos no iatismo. A rapidez das piscinas. A jovialidade do vôlei. A cara popular
do atletismo. Para as estatais brasileiras que investem no esporte, a
escolha por cada modalidade segue critérios "mercadológicos".
As empresas querem associar
suas marcas, segundo elas próprias, a esportes e atletas que tenham a ver com seus perfis de
atuação. "A Caixa decidiu patrocinar um esporte completo e que
abrange todas as pessoas, não importando a raça, o credo e a condição social", diz Jorge Mattoso,
presidente do banco federal, sobre a opção pelo atletismo.
Segundo seus executivos, por
atuar em um nicho de mercado
mais popular, a Caixa não queria
ligar seu nome a modalidades
identificadas com a elite, como iatismo ou hipismo. O atletismo seria a "cara da Caixa" por também
ser esporte de caráter popular.
Em outros casos, fatores mais
inusitados foram considerados.
Na busca para ser reconhecida
como uma empresa atuando em
vários setores de geração de energia, e não só na área de petróleo, a
Petrobras viu potencial no iatismo e no handebol para isso.
Segundo a empresa, a maior do
país, os ventos que movem a vela
e o vigor dos atletas do handebol
são perfeitos para o atual plano de
marketing da companhia.
"Vento gera energia, e o ser humano também é energia", explica
Gilberto Garcia, diretor de planejamento e atendimento da Contemporânea, uma das agências de
publicidade da Petrobras.
No caso do iatismo, ainda existiria outro fator para o patrocínio.
"Os maiores campos de produção
da Petrobras estão no mar", diz
Claudio Thompson, coordenador
de patrocínios esportivos da empresa, que, coincidência ou não,
passou a investir na modalidade e
em esportes como surfe pouco
depois de provocar uma série de
desastres ambientais.
Para os Correios, as características dos esportes aquáticos, especialmente a natação, justificam o
investimento de R$ 5 milhões por
ano. Segundo a empresa, a velocidade das provas nas piscinas é
comparável à rapidez com que
cartas e encomendas chegam às
casas dos consumidores.
Já o Banco do Brasil apostou no
vôlei e no tênis -onde concentra
os gastos na figura de Gustavo
Kuerten- para rejuvenescer sua
imagem, que, segundo os executivos da instituição, estaria envelhecendo rapidamente.
(PC)
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