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VÔLEI DE PRAIA
Alheias à polêmica do Pan, Sandra e Ana Paula lideram ranking e fazem sombra em Adriana Behar e Shelda
À surdina, dupla novata ameaça reinado
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
O vôlei de praia está no centro
de uma polêmica depois do Pan
de Santo Domingo. O desempenho da modalidade (uma prata
no masculino e um bronze no feminino) provocou críticas do
COB aos atletas, que retrucaram.
Isso sem contar que a dupla
Adriana Behar/Shelda, considerada a principal do Brasil, se recusou a participar do torneio porque houve uma coincidência de
datas com uma etapa do circuito
mundial, na Áustria.
Enquanto isso, alheia a toda
confusão, uma dupla que nunca
esteve cogitada para representar o
país no Pan domina o cenário internacional: Sandra e Ana Paula,
atuais líderes do ranking.
Elas tinham a convicção de que
formariam uma equipe forte. Se
juntaram às pressas, quase de improviso, e entraram no circuito.
A aposta deu certo. Com nove
das 12 etapas disputadas, Sandra e
Ana Paula são a maior ameaça ao
reinado de Adriana Behar e Shelda, que já dura seis anos.
As jogadoras desfizeram suas
antigas parcerias em junho, às
vésperas do início da temporada
internacional, e não tiveram tempo para treinar. Sandra deixou
Leila, e Ana Paula, Tatiana.
"Sempre apostei no time. Tudo
poderia ter dado errado, mas tivemos um desempenho surpreendente", conta Sandra, 30.
Nas sete etapas de que participou até agora, a dupla foi à final
de todas e levou quatro títulos.
Ocupa a confortável liderança do
ranking, com 2.724 pontos, o que
a transforma na principal candidata a uma das vagas brasileiras
em Atenas-2004 -serão computados os oito melhores resultados
até julho do ano que vem.
Adriana Behar e Shelda, que
possuem o invejável currículo
com cinco títulos mundiais (97,
98, 99, 2000 e 2001) e seis brasileiros (96, 97, 99, 2000, 2001 e 2002),
somam, na vice-liderança, 2.348.
Além da falta de entrosamento e
da ausência de treino, o desempenho da dupla surpreende ainda
mais se levado em conta o fato de
que Sandra está jogando em uma
posição completamente diferente
da que costumava atuar.
"Baixinha" de 1,75 m, ela assumiu a defesa e deixou o bloqueio
para a companheira Ana Paula,
1,83 m. "Eu ainda preciso treinar
muito, não estou em uma posição
confortável", avalia Sandra.
"No começo, aconteciam cenas
hilárias, com as duas indo para o
mesmo lado atrás da bola. A gente
não se conhecia direito. Acho que
contamos também com um pouco de sorte", diz Ana Paula, 31,
mãe de Gabriel, 2. O filho, que a
fez ficar afastada da areia por cerca de um ano, viaja com a mãe para a maioria das etapas.
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