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TAEKWONDO
Natália "se fabrica" e leva o inédito bronze olímpico
Quarta em Atenas, ex-campeã mundial planejou equipe para treinar
Estafe em Londrina, criado após queda no Pan-2007, conta com nutricionista, psicólogo, massoterapeuta e fisioterapeuta exclusivos
EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM
O bronze de Natália Falavigna, 24, no taekwondo, na categoria acima de 67 kg, foi construído pela própria atleta.
Seu planejamento incluiu a
montagem da infra-estrutura
que julgava necessária para
chegar a Pequim com chances
de conquistar a primeira medalha olímpica da história do
taekwondo brasileiro.
Natália foi quarta colocada
em Atenas-2004. Na capital
chinesa, a meta era subir ao pódio. Ontem, a campeã da categoria foi a mexicana Maria del
Rosario Espinoza, a mesma que
no Pan do Rio bateu Natália pela disputa do ouro.
"Após o Pan, fiz tudo para
voltar a ser uma vencedora.
Contratei a Lilian [Barazetti,
preparadora física], que tem
feito um trabalho maravilhoso.
Voltei a lutar melhor e estou
mais forte e ágil", disse Natália.
A equipe que ela montou em
sua cidade, Londrina (PR), conta também com nutricionista,
fisioterapeuta, massoterapeuta
e um psicólogo do esporte.
""[O psicólogo] trabalha a biomecânica. Ele provocou mudanças, detalhes de ansiedade,
de mecanismo dos movimentos. Coisas psicológicas que antes ocorriam nos combates e
que se repetiam", elogia.
""Inovei com planejamento.
Isso está aberto para quem quiser saber. Acho que minha
equipe também está aberta, se
quiserem saber o que temos de
diferente. Isso não é apenas para o pessoal do taekwondo mas
de outros esportes também."
Apesar de ter assumido os
méritos por ter montado uma
equipe completa, Natália é política ao se referir à Confederação Brasileira de Taekwondo.
""A confederação tem feito um
bom trabalho. Não adianta ficar criticando. Acho que há peças frouxas, outras precisam
ser substituídas. Aí a engrenagem anda", disse a medalhista.
Na disputa pelo bronze, Natália derrotou por 5 pontos a 2 a
sueca Karolina Kedzierska, que
enfrentou a brasileira com os
dedos dos pés fraturados.
""Acho que quebrei meu pé
antes [da luta com Natália], não
sei direito quando aconteceu",
declarou Karolina. ""Isso deixou a luta muito mais difícil, e
eu quase destruí meu pé", lamentou a quarta colocada.
A brasileira havia vencido
seus dois primeiros combates.
Primeiro, superou a grega
Kyriaki Kouvari, por pontos,
por 3 a 1. Na seqüência, derrotou a australiana Carmen Marton, por 5 pontos a 2.
Nas semifinais, Natália foi
superada pela norueguesa Nina
Solheim, em combate no qual
houve empate em quatro
rounds. A decisão dos jurados
apontou Nina como a vencedora. ""A perna realmente não encaixava", justificou Natália,
campeã mundial em 2005.
""Agora vou ter mais quatro
anos para me planejar, e espero
que haja um pouco mais de
apoio para sair mais de meu
país, levar minha equipe comigo para lutar pelo ouro em Londres [próxima sede olímpica]."
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