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QUADRO DE MEDALHAS
Mulheres obtêm ascensão histórica, e homens caem
Com seis medalhas no total, brasileiras fazem sua melhor Olimpíada e festejam dois ouros inéditos
No feminino, Brasil registra
uma subida no ranking de
premiações em relação a
Atenas, quando conquistou
cinco títulos masculinos
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM
De forma geral, o Brasil pode
até perder em Pequim-08 posições no quadro de medalhas em
relação a Atenas-04. Mas isso
não será culpa das mulheres.
A delegação feminina realiza,
disparado, na China a sua melhor participação na história
olímpica. Já são seis medalhas,
sendo duas de ouro, uma de
prata e três de bronze.
Nunca antes com suas mulheres o Brasil havia conquistado mais de quatro medalhas
numa mesma Olimpíada.
Desempenho que faz o Brasil
feminino subir de forma arrasadora. Na Grécia, só com duas
medalhas de prata, o país foi o
38º colocado nos eventos femininos, atrás de nações modestas no esporte, como Camarões, Tailândia e Bahamas.
Agora, sobe, por enquanto,
23 posições e está no 15º posto,
à frente de nações com tradição
entre as mulheres, como França, Canadá, Polônia e Cuba.
Caminho inverso fazem os
homens. Em 2004, o Brasil foi o
13º melhor computando apenas as provas masculinas, com
quatro ouros e três bronzes.
Agora, mesmo que tenha ganho
hoje o ouro na decisão do vôlei
(que seria disputada à 1h), ficaria apenas na 19ª posição, com
dois ouros, duas pratas e cinco
bronzes. Caso o time de Bernardinho não tenha vencido os
americanos, o Brasil seria, sem
contar os pódios de hoje, só o
26º nos eventos masculinos.
Nesse cálculo não entram
provas mistas, que aceitam homens e mulheres, como os saltos do hipismo, em que Rodrigo
Pessoa, com Baloubet du
Rouet, ganhou ouro em Atenas.
Antes de Pequim, o Brasil só
tinha dez medalhas femininas,
sendo que apenas uma era de
ouro, no vôlei de praia, em
Atlanta-1996, com a dupla Jacqueline Silva e Sandra Pires.
Antes do último dia de provas, as brasileiras acumulam façanhas históricas.
Ketleyn Quadros foi a primeira mulher a faturar medalha em disputas individuais. Ela
também a primeira judoca do
país a ir ao pódio. O mesmo fizeram Fernanda Oliveira e Isabel Swan na vela. No atletismo,
no salto em distância, Maurren
Maggi foi a primeira mulher do
país a conquistar uma medalha
no atletismo e o primeiro ouro
individual feminino.
Ontem, Natália Falavigna fez
do taekwondo a única modalidade como novidade no quadro
histórico de medalhas.
No futebol, pela terceira
Olimpíada seguida, o time feminino consegue resultado
melhor que o masculino: repetiu a prata de 2004, enquanto
os homens levaram o bronze.
Mesmo quando fizeram feio,
como no basquete, onde não
passaram da primeira fase, as
mulheres ainda foram melhores do que os homens -que, no
caso, nem se classificaram.
Em alguns eventos, o Brasil
feminino não foi ao pódio, mas
obteve performances nunca
vistas antes, como no revezamento 4 x 100 m do atletismo,
em que as atletas ficaram na
quarta posição, superando gigantes como EUA e Jamaica,
que foram desclassificados por
falhas durante a prova.
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