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FUTEBOL
Brasileiro vê 3º encontro dos rivais em 15 dias; Santos zen quer "jogar bola", enquanto São Paulo fala em vingança
Trilogia de "San-Sãos do ódio" acaba hoje
EDUARDO ARRUDA
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Morumbi vê hoje, às 16h, o
desfecho de uma trilogia marcada
por farpas, humilhação e ódio.
O terceiro jogo entre São Paulo e
Santos neste mês é pelo Brasileiro,
mas tem como foco as cicatrizes
que o time da capital criou nos
dois duelos pela Sul-Americana.
Na taça que o Santos sempre esnobou, o clube do Morumbi viu
seus titulares caírem diante de reservas em jogos que não tiveram
bons exemplos de "fair play": cusparadas (Lugano em Preto Casagrande), comemorações provocativas (Rodrigo), cabeçadas e expulsões (Fabão e Ávalos).
Desta vez, a revanche são-paulina terá pela frente os titulares do
Santos, chamados anteontem de
"celebridades" por Emerson
Leão, e pode valer aos litorâneos
seu objetivo mais caro: a liderança
do Brasileiro, que pode ser alcançada até com um empate hoje,
graças à derrota do Atlético-PR
ontem para o Palmeiras.
No Santos, ninguém cutuca a
"onça" são-paulina. O discurso
dos pupilos do técnico Vanderlei
Luxemburgo é uníssono e bem
ensaiado. "Vamos entrar em
campo para jogar bola" era a frase
dita pelo treinador, pelo meia Ricardinho e pelo atacante Deivid.
Enfrentar um velho rival pela
terceira vez em duas semanas facilita ou dificulta? "É sempre
complicado", responde o técnico.
"Tem que ser duro, não tem que
ter moleza, é normal", diz Deivid.
Para Ricardinho, que saiu sem
deixar saudades do São Paulo para jogar no Santos, sua primeira
volta ao Morumbi como adversário "é apenas mais um jogo".
Então o Santos só pensa no
Atlético-PR? Nananinanão. A julgar pelos seus titulares, o Santos,
que se preparou por três dias num
resort da tranqüila cidade de Atibaia (SP), é hoje um time zen.
"Se o Atlético, que está à nossa
frente, ganhar todas as partidas
que lhe resta, nós só vamos poder
dar os parabéns. Ou seja, não dá
para pensar neles", disse Deivid,
antes de saber o resultado de Palmeiras x Atlético-PR, ontem.
É aquilo: quem bate esquece,
mas quem apanha sempre se lembra. No São Paulo, as espinhas do
peixe ainda estão entaladas.
"Estamos engasgados com o
Santos. A cobrança é muito grande. Precisamos quebrar esse tabu", diz o atacante Diego Tardelli.
Embora o técnico Leão tenha
orientado seus atletas a não provocar os rivais, nem ele mesmo
agüentou. Diz que as "celebridades" não são favoritas hoje.
O zagueiro Rodrigo, que festejou seu gol na quarta-feira imitando a pescaria de um peixe, diz não
se arrepender. "O Diego [em
2002] comemorou em cima do
nosso símbolo." E vai além: "Tudo o que fazem vai se somando e
é levado para o jogo seguinte".
Nem o presidente são-paulino,
Marcelo Portugal Gouvêa, se conteve. "Quando vamos à Vila Belmiro eles nos colocam em um camarote atrás do gol. Eles vêm ao
Morumbi e cedemos uma tribuna
no meio do estádio, com toda a
mordomia. Isso acontece porque
a Vila é um projeto de estádio, e o
Morumbi é um estádio."
NA TV - Globo e Record, às
16h, apenas para São Paulo
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