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FUTEBOL
Testando suas atuais fases, rivais prometem na Vila Belmiro uma partida tão eletrizante quanto a do mês passado
São Paulo e Santos reeditam "jogo do ano"
RICARDO PERRONE
RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem se impressionou com o
primeiro São Paulo x Santos pode
esperar mais para hoje, quando
esse reencontro tem uma maior
importância (é um mata-mata)
em um palco menor (sai o Morumbi e entra a Vila Belmiro).
O jogo de um mês atrás teve reviravoltas, pênaltis, expulsões, erros do juiz, catimba, briga.
A vitória, por 3 a 2, foi do São
Paulo, que confirmava a boa fase e
tomava a ponta do Brasileiro para
não largar mais -busca o 11º
triunfo seguido, se aproximando
do recorde do Guarani (12 sucessos entre as temporadas 1978/79).
Já o Santos, naquele momento a
sensação do torneio, iniciou um
declínio que quase lhe custou a
vaga nessas quartas-de-final.
"Foi muito bom para quem estava assistindo, mas muito estressante para quem estava trabalhando", comentou o técnico santista, Emerson Leão, sobre a partida que ele fez seus comandados
assistir duas vezes anteontem.
Não é coincidência que o são-paulino Oswaldo de Oliveira tenha recorrido ao videoteipe também. "Esse jogo é ótimo para entender o Santos, porque eles estavam em ótima fase e jogaram bem
contra a gente", afirmou.
Para os capítulos de hoje e da
próxima quinta, a equipe praiana
quer que a sorte vire para seu lado. "Nós começamos o campeonato desacreditados. Um time de
novatos, todos falavam. Depois,
ganhamos crédito. Da mesma
maneira, chegamos hoje às finais
criticados, mas vamos surpreender", teorizou Leão.
Os são-paulinos, pela melhor
campanha, têm a vantagem do
empate nessa partida de 180 minutos (dividida entre a Vila e o
Morumbi). Com o apoio de 5.000
torcedores que descerão a Serra
do Mar, o time quer superar novamente os rivais, mesmo no alçapão da Vila. "Medo a gente tem
de ter quando é assaltado com
uma arma na cabeça. Nunca vi
ninguém morrer jogando na Vila", bravejou o atacante Reinaldo.
Kaká se mostrou tão confiante
quanto o colega. "O São Paulo
não sabe jogar pelo empate, mas a
gente aprende, o time é inteligente
e passou a ter muita calma com o
Ricardinho", disse o jogador.
Aí também está outra diferença
entre as equipes: o São Paulo adotou o perfil comprador nesse
campeonato, enquanto o Santos
preferiu ser vendedor.
Além de Ricardinho, chegaram
ao Morumbi Luis Fabiano, Ameli,
Leandro, Jorginho e Régis. Já o
Santos se assumiu como trampolim para jovens valores como Robinho e Diego. "Até no Santos o
lucro não é financeiro, é profissional. Eles têm de vencer não pelo
"bicho" [prêmio por vitória], mas
por uma transferência futura",
definiu o técnico santista.
Por outro lado, os elencos caíram como uma luva para seus respectivos técnicos. O centralizador
e ríspido Leão encontrou um time
jovem, fácil de moldar.
Pôde assim distribuir suas
broncas, como anteontem quando repreendeu jogadores porque
montaram a cavalo no hotel fazenda que serviu de concentração
na cidade mineira de Extrema. "O
professor deu uma dura na gente", traduziu, em futebolês, Diego.
Por seu lado, Oliveira teve a
chance de pôr em prática sua diplomacia, já usada no Corinthians em 1999 e 2000, para administrar os egos são-paulinos em
2002. Seu desafio inicial foi introduzir a contratação milionária Ricardinho em um time que já tinha
dois pentacampeões mundiais,
Kaká e Rogério.
NA TV - Globo (menos para a
cidade de São Paulo) e
Record, ao vivo, às 16h
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