São Paulo, domingo, 24 de novembro de 2002

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FUTEBOL

Testando suas atuais fases, rivais prometem na Vila Belmiro uma partida tão eletrizante quanto a do mês passado

São Paulo e Santos reeditam "jogo do ano"

RICARDO PERRONE
RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem se impressionou com o primeiro São Paulo x Santos pode esperar mais para hoje, quando esse reencontro tem uma maior importância (é um mata-mata) em um palco menor (sai o Morumbi e entra a Vila Belmiro).
O jogo de um mês atrás teve reviravoltas, pênaltis, expulsões, erros do juiz, catimba, briga.
A vitória, por 3 a 2, foi do São Paulo, que confirmava a boa fase e tomava a ponta do Brasileiro para não largar mais -busca o 11º triunfo seguido, se aproximando do recorde do Guarani (12 sucessos entre as temporadas 1978/79).
Já o Santos, naquele momento a sensação do torneio, iniciou um declínio que quase lhe custou a vaga nessas quartas-de-final.
"Foi muito bom para quem estava assistindo, mas muito estressante para quem estava trabalhando", comentou o técnico santista, Emerson Leão, sobre a partida que ele fez seus comandados assistir duas vezes anteontem.
Não é coincidência que o são-paulino Oswaldo de Oliveira tenha recorrido ao videoteipe também. "Esse jogo é ótimo para entender o Santos, porque eles estavam em ótima fase e jogaram bem contra a gente", afirmou.
Para os capítulos de hoje e da próxima quinta, a equipe praiana quer que a sorte vire para seu lado. "Nós começamos o campeonato desacreditados. Um time de novatos, todos falavam. Depois, ganhamos crédito. Da mesma maneira, chegamos hoje às finais criticados, mas vamos surpreender", teorizou Leão.
Os são-paulinos, pela melhor campanha, têm a vantagem do empate nessa partida de 180 minutos (dividida entre a Vila e o Morumbi). Com o apoio de 5.000 torcedores que descerão a Serra do Mar, o time quer superar novamente os rivais, mesmo no alçapão da Vila. "Medo a gente tem de ter quando é assaltado com uma arma na cabeça. Nunca vi ninguém morrer jogando na Vila", bravejou o atacante Reinaldo.
Kaká se mostrou tão confiante quanto o colega. "O São Paulo não sabe jogar pelo empate, mas a gente aprende, o time é inteligente e passou a ter muita calma com o Ricardinho", disse o jogador.
Aí também está outra diferença entre as equipes: o São Paulo adotou o perfil comprador nesse campeonato, enquanto o Santos preferiu ser vendedor.
Além de Ricardinho, chegaram ao Morumbi Luis Fabiano, Ameli, Leandro, Jorginho e Régis. Já o Santos se assumiu como trampolim para jovens valores como Robinho e Diego. "Até no Santos o lucro não é financeiro, é profissional. Eles têm de vencer não pelo "bicho" [prêmio por vitória], mas por uma transferência futura", definiu o técnico santista.
Por outro lado, os elencos caíram como uma luva para seus respectivos técnicos. O centralizador e ríspido Leão encontrou um time jovem, fácil de moldar.
Pôde assim distribuir suas broncas, como anteontem quando repreendeu jogadores porque montaram a cavalo no hotel fazenda que serviu de concentração na cidade mineira de Extrema. "O professor deu uma dura na gente", traduziu, em futebolês, Diego.
Por seu lado, Oliveira teve a chance de pôr em prática sua diplomacia, já usada no Corinthians em 1999 e 2000, para administrar os egos são-paulinos em 2002. Seu desafio inicial foi introduzir a contratação milionária Ricardinho em um time que já tinha dois pentacampeões mundiais, Kaká e Rogério.


NA TV - Globo (menos para a cidade de São Paulo) e Record, ao vivo, às 16h


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