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VÔLEI
Fernanda, Virna e cia. passam dos 33 e perdem pontos
Envelhecimento de estrelas abre espaço para criação de supertimes
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Levar todas as jogadoras da seleção brasileira para um clube,
montar uma equipe imbatível e
conquistar a Superliga de vôlei.
O que pode soar como delírio
para qualquer treinador é possível, agora, se tornar uma realidade na próxima temporada.
Criado em 1992 para "evitar a
formação de supertimes e a predominância do valor econômico", o ranking da confederação
brasileira pode se tornar ineficaz
graças ao envelhecimento das
maiores estrelas do país.
Jogadoras como Fernanda Venturini, Virna, Fofão, Leila, Arlene
e Bia, todas da atual seleção, ultrapassam em 2004 a barreira dos 33
anos. Como bônus, viram sua
pontuação ser reduzida para três
ou menos pontos -o máximo é
sete. Com isso, elas não pesam
mais nas somas de suas equipes,
que não podem passar 32 pontos.
"Com dinheiro para pagar os
salários, qualquer clube pode colocar a seleção em quadra. Já fiquei brincando de montar supertimes. Eu não concordo com isso
e, como técnico do Osasco, fiz
uma observação à CBV", afirmou
José Roberto Guimarães, do
Osasco, finalista desta Superliga e
que acumula também a função de
comandante da equipe nacional.
O ranqueamento é feito com base nas notas dadas aos atletas pelas comissões técnicas dos clubes.
A confederação recolhe os dados
e trabalha como mediadora.
"Esse fenômeno [muitas jogadoras acima dos 33 anos] chamou
nossa atenção também, mas acho
que não podemos modificar uma
bonificação que existe há anos
por causa de uma exceção", afirmou Renato D'Ávila, gerente de
competições nacionais da CBV.
Além do envelhecimento das
atletas, o ranking feminino viu
cair o número daquelas que ostentam pontuação máxima. Na
última temporada, dez tinham sete pontos. Agora, só quatro figuram na lista -um time pode ter
apenas duas atletas desse grupo.
A discrepância fica evidente
quando a lista feminina é comparada com a masculina.
No topo do ranking estão dez
jogadores, um a mais do que em
2003/2004, todos convocados pelo técnico Bernardinho. Entre os
18 inscritos por ele para a Liga
Mundial, em junho, apenas o levantador Maurício passa em
branco. Ele está com 36 anos.
A soma das pontuações dos titulares que levaram a Copa do
Mundo-2003 bate nos 46 pontos.
O time de Zé Roberto que terminou a competição tinha 33.
Após um ano em que as novatas
roubaram a cena, os clubes formadores de jogadoras também
terão uma vantagem ainda maior
na próxima temporada.
Atletas que não estiveram mais
de dois anos longe de sua equipe
de origem passam a exibir novamente a pontuação zero em sua
volta para casa. As que nunca trocaram de camisa também não pesam na soma de seus times.
Sensação desta Superliga, a atacante Mari, por exemplo, vale zero para o Osasco. Se for seduzida
pela proposta de algum outro clube, levará consigo três pontos.
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