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Na Vila, Santos tenta rever "magia"
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Apesar do cansaço e do desgaste
físico, o Santos quer começar no
jogo de hoje, às 18h, contra o Internacional, na Vila Belmiro, uma
nova trajetória em busca do futebol "mágico" exibido na conquista do título do Brasileiro de 2002,
o primeiro da história do clube.
O técnico Emerson Leão e os jogadores concordam que a equipe
santista nunca mais foi a mesma
após a vitória por 3 a 2 sobre o Corinthians, em dezembro do ano
passado, quando o Santos se sagrou campeão nacional.
"Terminamos o ano em um patamar tão alto que dificilmente será igualado novamente. Mas vamos começar a recuperação, subindo aos poucos", afirmou Leão.
Para o treinador, os jogadores
estão apenas começando a se
acostumar com as dificuldades
decorrentes do sucesso. Com a
multiplicação do assédio e dos
convites para eventos, programas
de televisão e publicidade, o desempenho de alguns jogadores
entrou em queda após o título.
O exemplo mais evidente é Robinho, que não consegue reeditar
a performance do ano passado, a
ponto de ter sido substituído nas
três últimas partidas da equipe.
"O professor sabe o que faz. Se
me tirou, é porque era o melhor a
fazer", afirmou Robinho.
Mas em vez de punir o atleta sacando-o da equipe devido ao fraco rendimento, Leão disse preferir apostar no jogador.
Na primeira reunião com o grupo após o empate por 2 a 2 com o
Cruz Azul, do México, pela Libertadores, o técnico anunciou diante de todos os demais atletas que
Robinho não sai do time.
"É ele e mais dez", afirmou.
Segundo Leão, os campeões
brasileiros, cujo rendimento declinou neste ano, não têm o que
temer. "Eles têm toda a minha
confiança. Não precisam se preocupar porque haverá um tempo
de espera para a recuperação."
Para os atletas, a queda de produção é natural, mas, segundo o
volante Renato, é melhor enfrentar essa situação em decorrência
de uma conquista do que numa
fase de jejum de título. "Pelo mérito do ano passado, a cobrança
sobre nós hoje é muito maior, e as
vitórias têm de ser constantes.
Mas é melhor conviver com a vitória do que com a derrota."
É por esse motivo que Leão não
quer os atletas se lamentando de
cansaço -nesta semana, em quatro dias, o time fez dois longos
deslocamentos entre São Paulo e a
Cidade do México e ainda teve de
atuar com escassez de oxigênio
numa altitude de 2.300 m.
"Se lutamos tanto para alcançar
esse status, vamos agora reclamar?", indagou o treinador.
Também por isso, o técnico decidiu não poupar nenhum dos titulares em razão do jogo da próxima quarta-feira, contra o Cruz
Azul, na Vila, que decidirá uma
vaga na semifinal da Libertadores.
À exceção do goleiro Fábio Costa e do atacante Ricardo Oliveira,
machucados, todos os outros titulares estão escalados, inclusive o
lateral-direito Reginaldo Araújo,
cuja irregularidade o faz entrar e
sair da equipe seguidamente.
Leão já disse que só voltará a sacá-lo -e deslocar o meia Elano,
improvisado no setor- quando
quiser pôr o meia-atacante Nenê
para ampliar o poder ofensivo.
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