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São Paulo, domingo, 25 de maio de 2003

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Na Vila, Santos tenta rever "magia"

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Apesar do cansaço e do desgaste físico, o Santos quer começar no jogo de hoje, às 18h, contra o Internacional, na Vila Belmiro, uma nova trajetória em busca do futebol "mágico" exibido na conquista do título do Brasileiro de 2002, o primeiro da história do clube.
O técnico Emerson Leão e os jogadores concordam que a equipe santista nunca mais foi a mesma após a vitória por 3 a 2 sobre o Corinthians, em dezembro do ano passado, quando o Santos se sagrou campeão nacional.
"Terminamos o ano em um patamar tão alto que dificilmente será igualado novamente. Mas vamos começar a recuperação, subindo aos poucos", afirmou Leão.
Para o treinador, os jogadores estão apenas começando a se acostumar com as dificuldades decorrentes do sucesso. Com a multiplicação do assédio e dos convites para eventos, programas de televisão e publicidade, o desempenho de alguns jogadores entrou em queda após o título.
O exemplo mais evidente é Robinho, que não consegue reeditar a performance do ano passado, a ponto de ter sido substituído nas três últimas partidas da equipe.
"O professor sabe o que faz. Se me tirou, é porque era o melhor a fazer", afirmou Robinho.
Mas em vez de punir o atleta sacando-o da equipe devido ao fraco rendimento, Leão disse preferir apostar no jogador.
Na primeira reunião com o grupo após o empate por 2 a 2 com o Cruz Azul, do México, pela Libertadores, o técnico anunciou diante de todos os demais atletas que Robinho não sai do time.
"É ele e mais dez", afirmou.
Segundo Leão, os campeões brasileiros, cujo rendimento declinou neste ano, não têm o que temer. "Eles têm toda a minha confiança. Não precisam se preocupar porque haverá um tempo de espera para a recuperação."
Para os atletas, a queda de produção é natural, mas, segundo o volante Renato, é melhor enfrentar essa situação em decorrência de uma conquista do que numa fase de jejum de título. "Pelo mérito do ano passado, a cobrança sobre nós hoje é muito maior, e as vitórias têm de ser constantes. Mas é melhor conviver com a vitória do que com a derrota."
É por esse motivo que Leão não quer os atletas se lamentando de cansaço -nesta semana, em quatro dias, o time fez dois longos deslocamentos entre São Paulo e a Cidade do México e ainda teve de atuar com escassez de oxigênio numa altitude de 2.300 m.
"Se lutamos tanto para alcançar esse status, vamos agora reclamar?", indagou o treinador.
Também por isso, o técnico decidiu não poupar nenhum dos titulares em razão do jogo da próxima quarta-feira, contra o Cruz Azul, na Vila, que decidirá uma vaga na semifinal da Libertadores.
À exceção do goleiro Fábio Costa e do atacante Ricardo Oliveira, machucados, todos os outros titulares estão escalados, inclusive o lateral-direito Reginaldo Araújo, cuja irregularidade o faz entrar e sair da equipe seguidamente.
Leão já disse que só voltará a sacá-lo -e deslocar o meia Elano, improvisado no setor- quando quiser pôr o meia-atacante Nenê para ampliar o poder ofensivo.


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