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São Paulo, domingo, 25 de maio de 2003

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Acadêmicos apoiavam veto de Vargas

DA REPORTAGEM LOCAL

O início dos anos 40, quando o país vivia o Estado Novo, assistiu a acirrados debates sobre a prática do futebol entre as mulheres.
A pressão para que ele fosse banido foi grande. Professor da Escola Nacional de Educação Física e Desportos, Waldemar Areno dividiu os esportes femininos em três grupos: os indicados, os permitidos com reservas e os contra-indicados. Neste, pôs o futebol.
Sua análise coincidiu com conclusões do 1º Congresso Pan-Americano de Educação Física, realizado no Rio, em 1943.
O encontro concluiu que ""os regimes de exercícios para o sexo feminino devem ser diferentes dos do sexo masculino e condicionar-se às características morfo-fisiológicas da mulher e à sua preparação para a maternidade".
Já o médico Humberto Ballariny deu um parecer condenando sua prática pelas mulheres: "É um exacerbador do espírito combativo e da agressividade, qualidades incompatíveis com o temperamento e o caráter feminino".
Diante de uma série de reclamações de médicos e professores, o esporte passou a ser alvo de análise da Subdivisão de Medicina Especializada do governo Vargas.
Segundo o historiador Fábio Franzini, autor de "As raízes do futebol: estudo sobre a relação entre o futebol e a nacionalidade brasileira (1919-1950)", pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, ela recomendou ""uma campanha de propaganda para mostrar os males que o futebol praticado pelas mulheres pode causar". (JCA)


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