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AUTOMOBILISMO
Pole, piloto paulista busca hoje sua terceira vitória em uma das edições mais disputadas em Indianápolis
Castro Neves tenta tri inédito na Indy 500
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Hélio Castro Neves busca hoje
um feito inédito na história das
500 Milhas de Indianápolis. O
paulista tenta vencer, pela terceira
vez seguida, a prova mais tradicional do esporte nos EUA. Algo
que só quatro pilotos tiveram a
chance de tentar. E falharam.
Wilbur Shaw teve sua chance
em 1941, Mauri Rose, em 1949, Bill
Vukovich, em 1955 e Al Unser Jr.
deixou escapar o tricampeonato
em 1972. De todos eles, o que chegou mais perto do feito foi Unser
Jr., que completou a prova na segunda colocação, bem atrás do
vencedor, Mark Donohue.
Para alcançar seu objetivo, Castro Neves, 28, terá de superar,
além das dificuldades características de uma corrida tão longa, o fato de esta ser uma das mais disputadas edições das 500 Milhas.
No currículo dos 33 pilotos que
competem hoje, a partir das 13h,
com TV, nada menos que 154 vitórias em provas da IRL ou da
Indy, 12 títulos nessas categorias e
seis triunfos em Indianápolis.
Além disso, pelo menos um piloto em cada uma das 11 filas do
grid de largada já venceu, no mínimo, uma corrida na IRL.
Mas nada disso parece assustar
Castro Neves. "Se tivesse que dar,
de um a dez, uma nota para as minhas chances de ganhar de novo,
daria 11", disse, de Indianápolis.
Um dos motivos dessa segurança é o fato de ele largar na pole
-em 2001, saiu em 11º e no ano
passado, na 13ª colocação. "Estou
confiante, tenho um carro bom e
largo numa excelente posição."
Os números, no entanto, não
são dos mais animadores. Nas 86
edições já disputadas, apenas 14
pilotos conseguiram vencer largando da pole position. O último
foi Arie Luyendyk, em 1997.
Mas, segundo o piloto, a maior
vantagem de sair em primeiro é
escapar de eventuais acidentes logo após a bandeirada inicial. "Sair
na frente é muito mais confortável, mas em Indianápolis não é
como em circuitos mistos ou de
rua que você pode administrar a
vantagem de estar na frente."
Para ele, neste ano seu status na
corrida mudou: ele passou de "caçador" para "caçado" por causa
de sua posição de largada.
Mas essa vantagem pode desaparecer rapidamente em uma
corrida longa como as 500 Milhas
-serão 200 voltas. Um erro durante a tomada de uma curva, um
parafuso solto no carro, uma mudança na direção do vento ou um
pit stop que não saia como o esperado podem ser suficientes.
"Esse não é um esporte que está
só sob o meu controle. Tem várias
pessoas envolvidas, o motor, o
carro, os mecânicos. Se uma dessas peças não estiver sincronizada
pode afetar todo o meu desempenho", declarou Castro Neves.
Os maiores concorrentes do piloto da Penske na prova de hoje
devem ser os pilotos da Andretti-Green, que vêm muito bem no
campeonato -Tony Kanaan, por
exemplo, já ganhou uma das três
corridas disputadas até agora e é o
vice-líder do campeonato.
Fora eles, Gil de Ferran é outro
que pode ser apontado como um
dos favoritos. Experiente e com
um bom carro, larga em décimo.
Neste ano, porém, ele vai usar
um chassi diferente do de seu
companheiro de equipe, Castro
Neves. Ferran correrá com um G-Force, enquanto o bicampeão das
500 Milhas terá um Dallara. O
motivo da diferença, segundo
eles, é o estilo de cada um dirigir.
Sem se preocupar com as adversidades que pode encontrar em
seu caminho, Castro Neves "descobriu" várias coincidências que
o deixam mais tranquilo na busca
do inédito tricampeonato.
"Todo lugar que eu vou tem o
número três lá. Esse ano é 2003,
esta é a terceira vez que eu corro
as 500 Milhas, o carro número
três [como o seu] é o que mais vezes ganhou em Indianápolis... O
negócio não está para brincadeira, tem alguma coisa aí", brincou.
"Para mim, o céu é o limite."
Agora, é esperar para ver.
NA TV - 500 Milhas de
Indianápolis, ao vivo, a
partir das 13h, na Sportv
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