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FUTEBOL
É... quarta-feira!
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Se a final da Copa dos Campeões entre Juventus e Milan
terminar 1 a 0, muitos deverão
desqualificar a decisão pelo placar baixo. Mas 15 partidas finais
do torneio tiveram só um gol.
Se o duelo de quarta-feira for
interessante, mas acabar 0 a 0, as
críticas à primeira decisão italiana no principal interclubes do
mundo serão enormes. Porém já
ocorreram três finais sem gol.
Se acontecerem dez gols no confronto, o que igualaria o recorde
de 1960 de Real Madrid x Eintracht Frankfurt, o planeta ficará
surpreso pelo escore impensável
para o século 21 e para dois representantes do tradicional calcio.
No entanto tal jogo seria classificado como um acidente histórico.
O histórico de Juventus x Milan,
aliás, é bastante equilibrado. Em
Campeonatos Italianos, foram
142 partidas, com 49 vitórias da
Juve e 42 do time rubro-negro. Na
Copa da Itália, a vantagem é milanesa: em 19 duelos, sete vitórias
do clube de Silvio Berlusconi contra seis da equipe dos Agnelli.
Todo esse retrospecto deve ser
meio esquecido, pois o jogo que ficará mesmo na história é o desta
semana. Em Copa dos Campeões,
o Milan tem muito mais tradição
(cinco títulos contra dois), mas
nesta edição foi ofuscado pela rival e pelo seu próprio futebol.
Para quem não sabe, o Milan
quase não conseguiu jogar a
Champions League. Ele teve que
disputar a fase eliminatória da
competição. Contra o Slovan Liberec, ganhou em casa apertado
(1 a 0). No campo do adversário,
perdeu de 2 a 1 -avançou devido
ao gol fora de casa, assim como
está na final por ter marcado um
gol como visitante no San Siro.
Em 16 partidas, o time de Carlo
Ancelotti fez só 21 gols. A Juventus, que encarou o Barcelona, melhor time da fase de grupos, e o
Real Madrid, mais estelar clube
da galáxia, marcou 30 vezes.
O Milan ganhou em 1989, 90 e
94, seus três últimos títulos, devido ao seu poderio ofensivo. Um
ótimo lateral-esquerdo que atuou
nessas três conquistas virou o
principal zagueiro da atual campanha. Maldini é o único que
atuou nos 16 jogos de seus time.
Com 1.431 minutos jogados, fechará a temporada como a figura
mais atuante na Copa dos Campeões, apesar de seus 34 anos.
A Juventus apresenta uma defesa quase tão segura quanto a do
Milan (sofreu 19 gols, contra 14 do
rival). A diferença maior está no
fato de a marcação da equipe de
Turim ser mais dura. Tacchinardi é o rei dos cartões amarelos no
torneio. Foi advertido oito vezes.
A equipe titular da Juve que deve
jogar a final acumula 25 cartões
amarelos (e um vermelho). O provável 11 do Milan soma 16 amarelos (e nenhum vermelho).
Sem Nedved, a campeã italiana
perde muito. Marcello Lippi tem
três opções: aproveitar Camoranesi como um meia de ligação (a
mais cotada), escalar Di Vaio na
frente (o que não agrada muito a
Del Piero) ou mandar o zagueiro
Tudor para o meio-campo (seria
uma celebração do catenaccio).
Seja como for, a Europa verá pela décima vez um campeão italiano (um recorde). E o planeta poderá assistir no final do ano pela
oitava vez a um campeão italiano
(seria um outro recorde). Bravo!
Foi... quarta-feira!
A Uefa destacou que o Porto conquistou o título da Copa da Uefa
contra o Celtic ao vencer no "gol de prata". Tudo bem que o brasileiro Derlei marcou na prorrogação sem "gol de ouro", mas foi no segundo tempo. Muitas decisões na história do futebol já tiveram esse
fim. A nova regra do "gol de prata" só vai ser mesmo "experimentada" quando uma prorrogação tiver apenas um tempo de 15 minutos.
Foi... quarta-feira!
O Santos superou talvez seu jogo mais ameaçador na Libertadores e
segue invicto. Desde 1978, um time não ganha a taça sem derrota.
Foi... quinta-feira!
Não pode haver final brasileira ou argentina. Colombiana, pode.
E-mail rbueno@folhasp.com.br
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