São Paulo, quarta-feira, 25 de junho de 2008

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Euro "reúne" turcos e alemães

Relação intensa e conflituosa entre países faz duelo na semifinal ultrapassar rivalidade em campo

"Será uma partida muito especial para mim, pois me sinto um pouco dos dois", diz Altintop, estrela da seleção turca, nascido na Alemanha

DA REPORTAGEM LOCAL

A Eurocopa que tenta simbolizar a união do continente, com sede dividida entre austríacos e suíços, tem em sua primeira semifinal um confronto que ultrapassa os limites de uma simples disputa em campo. Além da vaga na decisão do torneio continental de seleções, alemães e turcos jogam para defender o orgulho de suas nações e de seus compatriotas, que mantêm relação intensa e, muitas vezes, conflituosa.
Além de dividirem o estádio suíço St Jacob-Park, em Basiléia, turcos e alemães estarão hoje lado a lado nas ruas de muitas cidades da Alemanha para aguardar o primeiro finalista da Eurocopa-2008.
Com 2,4 milhões, a colônia turca é a maior de imigrantes em solo alemão. Com raízes fincadas de maneira profunda no território de uma das maiores potências européias- mais da metade dos imigrantes turcos vive na Alemanha há mais de dez anos-, esperam poder comemorar uma vitória sobre o país que os recebe, mas que nem sempre dá aconchego.
Entre os imigrantes, há muitas vezes o sentimento de revolta por serem tratados, segundo eles, com desigualdade.
Mas, a despeito disso, a integração -forçada ou não- entre os dois países já produz curiosidades no mundo do futebol.
É o caso de alguns jogadores que estarão com a camisa da Turquia mas que têm como local de nascimento a nação rival.
Entre eles, está Hamit Altintop. Meia do Bayern de Munique, o jogador é nascido em Gelsenkirchen, cidade do Schalke 04, onde joga seu irmão gêmeo, Halil, mas escolheu defender a pátria de seus pais. "Será um jogo muito especial para mim, pois me sinto um pouco dos dois", disse Altintop, uma das estrelas da Turquia.
Fanáticos por futebol, os turcos prometem fazer da capital da Alemanha uma segunda Ancara, ou Istambul, pelo menos durante a partida.
Em frente ao Portão de Brandeburgo, em Berlim, as autoridades locais esperam a aglomeração de 500 mil pessoas, entre alemães e turcos.
Na esteira de uma partida tão peculiar, a Uefa promoverá ações anti-racismo. Os capitães Ballack e Rustu farão pronunciamento sobre o tema antes da partida e, nas arquibancadas, a torcida formará um mosaico com a frase "não ao racismo".


Com agências internacionais

NA TV - Alemanha x Turquia
Record e Sportv, ao vivo, às 15h45


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