São Paulo, quarta-feira, 25 de junho de 2008

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TOSTÃO

Só grandes talentos são originais

O Fluminense não pode ficar muito atrás e achar que perder até por um gol de diferença é um bom resultado

SE A LDU dominar a partida e chegar mil vezes à cara do goleiro Fernando Henrique, como ocorreu no primeiro jogo entre os dois times na primeira fase, o Fluminense correrá grandes riscos de perder por uma diferença de dois ou mais gols. Ficaria difícil tirar essa vantagem no Maracanã.
Como a LDU se caracterizou na Libertadores por perder um enorme número de gols e o Fluminense não deve dar a mesma moleza, são boas as chances de conseguir um bom resultado. Para isso, é preciso marcar um pouco mais na frente para evitar a pressão e, nas alturas, correr menos com a bola.
Será uma partida de 180 minutos, diz o antigo chavão. Mas os primeiros 90 minutos podem determinar o que vai acontecer nos outros 90. Esse é outro chavão. A vida é quase sempre uma repetição.
Só os gênios e os maiores talentos são originais. E eles são cada dia mais raros.

Evolução e involução
É cada dia mais freqüente nos times e nas seleções da Europa a presença de dois jogadores pelos lados, que recuam para marcar e depois avançam como pontas e/ou se aproximam do centroavante. Podem dizer que essas equipes atuam com um ou com três atacantes. Não faz diferença.
Todas as seleções na Eurocopa atuam com uma linha de quatro defensores. Não existe o terceiro zagueiro nem o volante-zagueiro, de que os técnicos brasileiros tanto gostam. Todos os volantes são armadores.
Os treinadores das equipes que não jogam com dois atacantes pelos lados perceberam que o avanço alternado dos laterais é uma importante jogada ofensiva. O problema é que eles não possuem laterais que sabem apoiar. O tão criticado Maicon seria titular de qualquer seleção da Europa. A Argentina também pensa assim, tanto que colocou um jogador só para marcá-lo.
Os treinadores europeus perceberam ainda que o futebol na Copa de 2006 foi muito chato, previsível, defensivo, e tentam evoluir. Enquanto isso, a seleção brasileira anda para trás.

Interesses econômicos
Antes de jogar pela seleção olímpica ou pela principal, Ronaldinho deveria atuar em um clube. A pressa da CBF para colocá-lo no time olímpico é decorrente principalmente de interesses econômicos da entidade e de seus parceiros, que precisam de uma estrela na Olimpíada. Ainda mais sem Kaká.
O "nobre desejo" da CBF e da comissão técnica de recuperar o jogador está no reboque dos interesses econômicos, e também técnicos, de formar um time melhor.
De qualquer maneira, espero que Ronaldinho se recupere. Seria ótimo para ele, para a seleção brasileira e para o futebol.

Faltas e pênaltis
Continua o enorme número de faltas e pênaltis no futebol brasileiro. Dois dos três pênaltis marcados a favor do Grêmio contra o Atlético-PR foram absurdos.
O problema não é de diferença de estilos nem de critérios da arbitragem no Brasil e na Europa. É de incompetência, de quem conhece regras, mas não conhece nada sobre um jogo de futebol.


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