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TOSTÃO
Só grandes talentos são originais
O Fluminense não pode ficar muito atrás e achar que perder até por um gol de diferença é um bom resultado
SE A LDU dominar a partida e
chegar mil vezes à cara do goleiro Fernando Henrique, como ocorreu no primeiro jogo entre
os dois times na primeira fase, o Fluminense correrá grandes riscos de
perder por uma diferença de dois ou
mais gols. Ficaria difícil tirar essa
vantagem no Maracanã.
Como a LDU se caracterizou na
Libertadores por perder um enorme
número de gols e o Fluminense não
deve dar a mesma moleza, são boas
as chances de conseguir um bom resultado. Para isso, é preciso marcar
um pouco mais na frente para evitar
a pressão e, nas alturas, correr menos com a bola.
Será uma partida de 180 minutos,
diz o antigo chavão. Mas os primeiros 90 minutos podem determinar o
que vai acontecer nos outros 90. Esse é outro chavão. A vida é quase
sempre uma repetição.
Só os gênios e os maiores talentos
são originais. E eles são cada dia
mais raros.
Evolução e involução
É cada dia mais freqüente nos times e nas seleções da Europa a presença de dois jogadores pelos lados,
que recuam para marcar e depois
avançam como pontas e/ou se
aproximam do centroavante. Podem dizer que essas equipes atuam
com um ou com três atacantes. Não
faz diferença.
Todas as seleções na Eurocopa
atuam com uma linha de quatro defensores. Não existe o terceiro zagueiro nem o volante-zagueiro, de
que os técnicos brasileiros tanto
gostam. Todos os volantes são armadores.
Os treinadores das equipes que
não jogam com dois atacantes pelos lados perceberam que o avanço
alternado dos laterais é uma importante jogada ofensiva. O problema é que eles não possuem laterais
que sabem apoiar. O tão criticado
Maicon seria titular de qualquer
seleção da Europa. A Argentina
também pensa assim, tanto que colocou um jogador só para marcá-lo.
Os treinadores europeus perceberam ainda que o futebol na Copa
de 2006 foi muito chato, previsível,
defensivo, e tentam evoluir. Enquanto isso, a seleção brasileira anda para trás.
Interesses econômicos
Antes de jogar pela seleção olímpica ou pela principal, Ronaldinho
deveria atuar em um clube. A pressa da CBF para colocá-lo no time
olímpico é decorrente principalmente de interesses econômicos da
entidade e de seus parceiros, que
precisam de uma estrela na Olimpíada. Ainda mais sem Kaká.
O "nobre desejo" da CBF e da comissão técnica de recuperar o jogador está no reboque dos interesses
econômicos, e também técnicos, de
formar um time melhor.
De qualquer maneira, espero que
Ronaldinho se recupere. Seria ótimo para ele, para a seleção brasileira e para o futebol.
Faltas e pênaltis
Continua o enorme número de
faltas e pênaltis no futebol brasileiro. Dois dos três pênaltis marcados
a favor do Grêmio contra o Atlético-PR foram absurdos.
O problema não é de diferença de
estilos nem de critérios da arbitragem no Brasil e na Europa. É de incompetência, de quem conhece regras, mas não conhece nada sobre
um jogo de futebol.
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