|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Dunga divide os campeões de 1958
Pelé diz "não apoiar" treinador e ex-zagueiro Orlando afirma que falta "gabarito" ao técnico atual
LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Para alguns dos campeões da
Copa de 1958, primeiro Mundial conquistado pela seleção
brasileira, falta "gabarito" a
Dunga para comandar o time.
O técnico foi muito criticado e
vaiado nas duas últimas partidas no país. Outros, contudo,
defendem o trabalho do também ex-jogador ao decretar que
o problema é do futebol brasileiro, que está em má fase.
Ontem, no lançamento de
uma exposição em sua homenagem, no Museu do Futebol,
no Pacaembu, previsto para ser
inaugurado em agosto, Pelé
disse que não é o momento de
criticar Dunga. "Quando se
perde, ou quando não se está
bem, é fácil criticar, mas acho
que não é o momento disso", falou o rei do futebol. "Eu não
apoio [o Dunga], mas deve se
dar tempo a ele", falou o ex-jogador, que disse estar "triste"
com o momento da seleção como "todo mundo".
Oito ex-jogadores participaram ontem, em Brasília, de um
almoço comemorativo pelos 50
anos da conquista na Suécia, o
que, nas palavras do escritor
Nelson Rodrigues, fez o país
perder a vergonha de ser feliz.
"Estamos em um momento
de transição, que começou da
Copa de 2006 para cá. Aquela
base não existe mais, é preciso
renovar", diz Mario Jorge Lobo
Zagallo, campeão em 1958 e
1962 como ponta-esquerda.
Para ele, Dunga faz um bom
trabalho, "já ganhou uma Copa
América". "É um momento
ruim também dos jogadores."
Pepe, que foi reserva de Zagallo na Suécia, afirma ter sido
"precipitada" a escolha de Dunga, um ex-jogador que nunca
havia tido experiência no cargo.
Para os ex-defensores Orlando e De Sordi, falta gabarito ao
técnico. "Não parece nada com
a seleção brasileira, ele não tem
gabarito para treinar o time",
afirma o primeiro. "Eles [os
convocados por Dunga] só são
craques no jornal, no campo
não fazem nada", aumenta o
tom da crítica De Sordi.
Apontado por colegas como o
jogador que mais gritava com
os companheiros em campo
-estilo, com as devidas proporções, semelhante ao de Dunga
jogador-, Zito defende o atual
técnico do time nacional. "A seleção está como as outras. A Argentina, por exemplo, não está
muito superior", afirmou.
Texto Anterior: Técnicos se diferenciam pelos estilos Próximo Texto: Reencontro: Mazola e Moacir não se viam desde as festas pelo título Índice
|