São Paulo, quarta-feira, 25 de junho de 2008

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Dunga divide os campeões de 1958

Pelé diz "não apoiar" treinador e ex-zagueiro Orlando afirma que falta "gabarito" ao técnico atual

LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Para alguns dos campeões da Copa de 1958, primeiro Mundial conquistado pela seleção brasileira, falta "gabarito" a Dunga para comandar o time. O técnico foi muito criticado e vaiado nas duas últimas partidas no país. Outros, contudo, defendem o trabalho do também ex-jogador ao decretar que o problema é do futebol brasileiro, que está em má fase.
Ontem, no lançamento de uma exposição em sua homenagem, no Museu do Futebol, no Pacaembu, previsto para ser inaugurado em agosto, Pelé disse que não é o momento de criticar Dunga. "Quando se perde, ou quando não se está bem, é fácil criticar, mas acho que não é o momento disso", falou o rei do futebol. "Eu não apoio [o Dunga], mas deve se dar tempo a ele", falou o ex-jogador, que disse estar "triste" com o momento da seleção como "todo mundo".
Oito ex-jogadores participaram ontem, em Brasília, de um almoço comemorativo pelos 50 anos da conquista na Suécia, o que, nas palavras do escritor Nelson Rodrigues, fez o país perder a vergonha de ser feliz.
"Estamos em um momento de transição, que começou da Copa de 2006 para cá. Aquela base não existe mais, é preciso renovar", diz Mario Jorge Lobo Zagallo, campeão em 1958 e 1962 como ponta-esquerda.
Para ele, Dunga faz um bom trabalho, "já ganhou uma Copa América". "É um momento ruim também dos jogadores."
Pepe, que foi reserva de Zagallo na Suécia, afirma ter sido "precipitada" a escolha de Dunga, um ex-jogador que nunca havia tido experiência no cargo.
Para os ex-defensores Orlando e De Sordi, falta gabarito ao técnico. "Não parece nada com a seleção brasileira, ele não tem gabarito para treinar o time", afirma o primeiro. "Eles [os convocados por Dunga] só são craques no jornal, no campo não fazem nada", aumenta o tom da crítica De Sordi.
Apontado por colegas como o jogador que mais gritava com os companheiros em campo -estilo, com as devidas proporções, semelhante ao de Dunga jogador-, Zito defende o atual técnico do time nacional. "A seleção está como as outras. A Argentina, por exemplo, não está muito superior", afirmou.


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