|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Juiz", Renato vira antibrucutu
DO ENVIADO A LIMA
O homem que alçou o brucutu
ao papel de peça-chave da seleção
brasileira há dez anos decretou no
Peru a extinção da era dos volantes que só sabem marcar.
Na cabeça de Carlos Alberto
Parreira, que viu em Dunga o
símbolo do tetracampeonato em
1994, no Brasil do século 21 não há
espaço para brucutus.
Um dos sete atletas que foram
aprovados no vestibular de Parreira, o volante Renato tem sido o
jogador mais elogiado pelo treinador. Atuando na função de primeiro homem do meio-campo, o
ex-santista virou objeto de admiração de Parreira pelo fato de saber distribuir a bola como um
meia sem perder a eficiência na
marcação dos adversários.
"É a nova filosofia do futebol
brasileiro, que não tem brucutu,
não tem só marcador. O Renato
merece elogios porque se adaptou
a uma função que não é a dele, é
muito leve, muito solto", disse o
técnico, que durante a semana
brincou com os jornalistas ao perguntar por que ninguém havia reclamado da atuação do meio-campista. "Volante é como juiz.
Quanto menos aparece, melhor.
As pessoas não prestam atenção,
mas o Renato foi fundamental."
Parreira contou que conversou
com o colega Vanderlei Luxemburgo, hoje no Santos, e que recebeu a informação de que Renato
se adaptaria bem à função que no
time principal é realizada por Edmílson, um jogador menos técnico que o novo contratado do Sevilla. "Antes da Copa América, o
Vanderlei disse para eu ficar tranqüilo porque ele daria conta. Já
havia atuado duas ou três vezes
como primeiro homem no Santos
e se deu muito bem."
Com o decreto de Parreira, diminuem as chances de Emerson
no time principal. O jogador, que
seria o capitão de Luiz Felipe Scolari se não tivesse se machucado
na véspera da estréia da Copa-2002, perdeu espaço com a mudança no comando da seleção.
Questionado sobre os elogios
públicos que recebeu, Renato se
disse satisfeito com sua performance no torneio peruano. "Estou fazendo o meu melhor. Fico
contente em saber que o Parreira
está feliz com o meu trabalho."
O ex-santista afirmou que sua
maior preocupação hoje será o
meia D'Alessandro, algoz corintiano na Taça Libertadores-03,
quando atuou pelo River Plate.
"Ele é canhoto e rápido. Vou precisar estar mais atendo que nunca
para brecá-lo."
(FM)
Texto Anterior: Na despedida, técnico dá novo status ao time Próximo Texto: Frases Índice
|