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FUTEBOL
Cada jogo precisa ter quase 12 mil fãs para evitar fiasco histórico do
torneio
Brasileiro perde 588 mil torcedores em 17 rodadas
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O mesmo formato, um número
de participantes idêntico e um calendário praticamente igual.
Nunca foi tão preciso comparar
uma edição do Brasileiro com a
anterior como agora. E, em termos de bilheteria, o diagnóstico
do torneio de 2004 é alarmante.
O público acumulado das 17 rodadas iniciais da competição é de,
segundo números oficiais da CBF,
1.459.002. No ano passado, no
mesmo número de jornadas, foram vendidos 2.047.338 ingressos, ou 588.336 a mais do que no
torneio que ontem, depois do fechamento desta edição, iria realizar toda a sua 18ª rodada.
Com um tombo de 28% no número de entradas comercializadas, nem o aumento no preço dos
ingressos -o preço da arquibancada subiu 50%- evitou uma
queda brusca de arrecadação.
Depois de 17 rodadas, o Brasileiro gerou com a venda de ingressos uma receita de R$ 17,6 milhões, ou quase R$ 3 milhões a
menos do que o torneio tinha no
mesmo ponto no ano passado.
Na média, cada jogo do Nacional tem uma renda bruta de R$
86.699,55, contra R$ 100.809,92 de
2003 (sempre considerando os
números até a 17ª jornada).
Com o movimento fraco nos
guichês das bilheterias, muitas
partidas terminam com despesas
maiores do que as receitas.
Dos 12 jogos disputados na última terça-feira, nada menos do
que cinco terminaram sem dinheiro suficiente na bilheteria para pagar as despesas.
O Botafogo perdeu quase R$ 23
mil no jogo em que bateu o São
Paulo. Outros mandantes que tiveram prejuízo na jornada foram
Guarani (R$ 4.500), Vasco (R$ 16
mil), São Caetano (R$ 12 mil) e
Santos (R$ 20 mil).
Pior da história
Se continuar no ritmo atual, a
edição 2004 vai entrar para a histórica como a de pior bilheteria da
história da competição, iniciada
em 1971. A média atual -7.187
torcedores por partida- está
bem abaixo até do que aconteceu
em 1979, quando o torneio teve
9.136 pagantes por partida, o recorde negativo.
Para conseguir no seu final, em
dezembro, superar a média de 10
mil pessoas nas arquibancadas a
cada partida, o Nacional-04 precisa ter a partir de agora uma média
de quase 12 mil fãs por jogo.
Missão que parece difícil de ser
atingida. Os figurões da elite fariam feio até na Série B.
Na primeira divisão, o líder na
bilheteria é o Corinthians, com
13,5 mil torcedores por jogo. Com
essa marca, o clube do Parque São
Jorge seria apenas o terceiro mais
popular da Série B, atrás de Bahia
(média de 17 mil) e Ceará (15 mil).
E, para piorar, a maior parte dos
clássicos estaduais, os campeões
de bilheteria, do primeiro turno
na elite já aconteceram.
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