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FUTEBOL
"Fila" da seleção, resultados ruins com o Brasil, críticas a Marcelo Bielsa e prioridade à Copa América viram pressão
Obrigação de vencer desafia a Argentina
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Argentina pode não ser favorita na decisão de hoje com o Brasil para alguns, mas é obrigada a
vencer na opinião de todos.
Sem ganhar a Copa América
desde 1993, a seleção argentina
tem tido na gestão do técnico
Marcelo Bielsa boas apresentações em amistosos e em longas
disputas, como as eliminatórias
da Copa do Mundo, mas tem fracassado em grandes torneios.
A pressão sobre o treinador
cresceu muito após o fiasco no
Mundial de 2002, quando o time
caiu na primeira fase. Muito por
isso, Bielsa fez questão de assumir
de fato o time olímpico e conseguiu vaga nos Jogos de Atenas.
Depois, decidiu levar seu time
mais forte para a Copa América
-na edição anterior, a Argentina
nem quis disputar o evento.
Para tornar mais dura a "fila"
argentina, o Brasil ganhou desde
1993 duas Copas (1994 e 2002) e
duas Copas Américas (1997 e
1999). Nos confrontos entre os
dois países, a seleção brasileira
tem levado sistematicamente a
melhor -venceu dois dos três
duelos válidos por eliminatórias
de Copa e despachou o rival das
Copas América de 1995 e 1999.
Bielsa chegou a declarar antes
do último duelo entre as seleções
que "trocaria a liderança das eliminatórias por vitórias nos dois
jogos com o Brasil" -já perdeu o
primeiro, como na outra disputa.
"Evidentemente, o Brasil está
melhor nos últimos anos. Conseguimos tirar a grande vantagem
que a Argentina tinha no retrospecto entre os times. Na década
de 40, o Brasil ficou quase dez
anos sem ganhar deles", disse
Carlos Alberto Parreira, cujo time
bateu o rival por 3 a 1 no Mineirão
pelas eliminatórias da Copa-2006.
O treinador brasileiro tem
apontado a Argentina como favorita ao título desde o início da disputa e, antes da final, pediu a seus
jogadores que se "divertissem" na
decisão, passando ainda mais a
responsabilidade para o rival.
Julio Grondona, presidente da
Associação de Futebol Argentino,
diz que sua seleção, como o Brasil,
não levou força máxima ao Peru
-citou Aimar, Verón e Riquelme- e minimizou eventual derrota. "Hoje em dia há pouca diferença entre os jogadores. Depois
de Maradona, todos são iguais."
Porém na Argentina a expectativa é grande com o jogo de hoje.
Bielsa fechou sua lista de convocados para Atenas em meio à Copa América, mas sabe que só terá
tranqüilidade na Olimpíada, em
agosto, e na seqüência das eliminatórias se superar o grande rival.
O treinador anunciou que sua
equipe atacará com seis jogadores
o Brasil. Pretende pressionar o
adversário desde o início, mas
não divulgou a sua escalação.
Segundo números do pesquisador Duílio Martino, o Brasil está a
só uma vitória de igualar o retrospecto entre os países -são 39
triunfos brasileiros, 30 empates e
40 vitórias argentinas (166 gols argentinos e 157 brasileiros). Um
tropeço hoje, mesmo em final e
em clássico, seria catastrófico até
historicamente para a Argentina.
Colaborou Fernando Mello,
enviado especial a Lima
NA TV - Globo, ao vivo, a
partir das 17h
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