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BASQUETE
Armador supera a sombra de Hélio Rubens, seu treinador, e será titular do Brasil no Mundial de Indianápolis
Helinho ratifica tradição do pai na seleção
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Helinho ainda se lembra do
tempo em que era o filho de Hélio
Rubens. Dava seus primeiros passos no basquete, mas sofria com
as comparações com o pai, maior
armador da história do Franca e
técnico mais vitorioso do clube.
"Era muito difícil ser filho de
quem sou. Hoje é mais fácil", diz o
armador que será titular da seleção no Mundial de Indianápolis.
"Antigamente ele era o filho do
Hélio Rubens. Agora, estou virando o pai do Helinho", devolve o
treinador do Brasil, ao seu lado.
Fato raro no basquete brasileiro, Helinho conseguiu se firmar
na modalidade, mesmo jogando
contra um sobrenome famoso.
Outros casos genéticos no país
não foram tão bem-sucedidos.
Bruno até chegou à seleção juvenil, mas não se livrou da sombra de ser filho do técnico Cláudio
Mortari. Edvar Júnior foi além, jogando na seleção adulta no Sul-Americano de 1993. Nunca, porém, superou a lembrança de seu
pai -Edvar Simões- na quadra.
Futebol, natação e tênis foram
algumas modalidades tentadas
pelo garoto Helinho antes de se
decidir pelo inevitável. "Até os 15
ou 16 anos pratiquei outros esportes. Mas, na família, todo mundo
jogava basquete", justifica o armador que, aos 27 anos, irá disputar seu segundo Mundial.
"Na idade dele, eu não jogava o
que ele joga. Fui para a seleção só
com 26 anos", diz Hélio Rubens.
"Certamente ele é melhor que
eu ofensivamente. Mas, na defesa,
eu era superior", pondera.
A precisão nos arremessos foi
conquistada graças a muitos treinos na pequena tabela instalada
no quintal da casa de Helinho, em
Franca. "Ela está meio abandonada, mas não saiu de lá", conta ele.
A boa pontaria já fez o Brasil colher frutos. Helinho fez a cesta que
empatou a semifinal contra os
EUA, nos Jogos da Amizade-2001,
obrigando, pela primeira vez na
história, um time dos EUA com
atletas da NBA a disputar uma
prorrogação. O Brasil perderia
por 106 a 98, mas Helinho foi eleito para a seleção do campeonato.
Desde que chegou ao adulto, o
atleta deixou só duas vezes a parceria com o pai. Em 99, saiu do
Franca e foi para o Vasco. Na
equipe do Rio, teve o desgosto de
perder para o time do pai o título
do Pan-Americano de clubes, em
Santo Domingo. Depois, Hélio
Rubens seguia para o Rio, onde
ganharia dois troféus nacionais.
Após o Mundial, os dois voltam
a se separar. Dessa vez, Helinho
foi para o Franca. Hélio Rubens
segue no Vasco. "Em Franca, as
pessoas me param e perguntam
quando é que meu pai vai retornar. Espero que o clube possa trazê-lo de volta", conta Helinho.
O pai também espera pelo filho.
"Ele vai jogar o Paulista em Franca, mas voltará ao Rio para o Nacional", afirma. "Ou, quem sabe,
o Franca não me traz de volta?"
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