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COPA 2002
No teste final antes da Copa, Brasil faz gols em rival frágil só no 2o. tempo
Só reservas fazem seleção golear bambalas malaios
FÁBIO VICTOR
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A KUALA
LUMPUR
O time titular do Brasil na Copa
do Mundo não foi capaz de dar
espetáculo nem de fazer muitos
gols contra a Malásia, espécie de
"bambala" do futebol mundial.
Para golear os malaios por 4 a 0,
ontem de manhã, em Kuala
Lumpur, na última partida da seleção antes do Mundial, foi preciso os reservas de Luiz Felipe Scolari entrarem em campo para que
a equipe jogasse com um mínimo
do que esperavam dela as torcidas brasileira e malaia.
Os jogadores de que mais se
aguardava -Ronaldo, Ronaldinho e Rivaldo, o trio de erres
ofensivo do Brasil- foram a
maior decepção.
Ronaldo ao menos conseguiu
pôr fim a um jejum de dois anos e
oito meses sem gols com a camisa
verde e amarela, mas só o fez com
a ajuda de um zagueiro malaio,
que falhou e deu-lhe um ótimo
passe. No primeiro tempo, foi
quem mais desperdiçou chances,
muitas na cara do gol.
Todos os outros gols brasileiros, assim como as únicas jogadas de efeito, foram feitos por jogadores reservas que entraram
no segundo tempo, quando a seleção inteira foi mudada -o Brasil terminou a partida com 11 reservas em campo- e Scolari trocou o sistema tático do time do
3-5-2 (com três zagueiros) para o
4-4-2 (com apenas dois).
Ronaldinho, que fora o destaque do último amistoso da seleção, contra a Catalunha, esteve
apagado todo o tempo, assim como Rivaldo, que em vários momentos se atrapalhou com Ronaldo ou tão somente com a bola.
A frustração foi ainda maior
porque o jogo era perfeito para o
Brasil chegar tranquilo à Copa e o
trio de erres deslanchar, proporcionando o "espetáculo" prometido por Roberto Carlos.
Apenas 112ª colocada no ranking da Fifa (o Brasil divide a vice-liderança com a Argentina) e
eliminada das eliminatórias asiáticas para a Copa na primeira fase, a Malásia engatinha no futebol. É um "Bambala", time de
várzea citado por Scolari para insinuar que Romário só fazia gol
diante de adversários fracos.
O amistoso -cuja preparação
foi marcada por contratempos,
como o forte calor malaio e a péssima qualidade dos gramados do
país- só ocorreu para a CBF fazer caixa (os organizadores pagaram US$ 1 milhão pela "atração") e lobby político em favor
da candidatura de Joseph Blatter
à reeleição na Fifa. Ricardo Teixeira, presidente da CBF, é um
dos maiores aliados de Blatter.
Na noite de ontem (horário
brasileiro), a delegação embarcaria para Ulsan, na Coréia do Sul,
onde fará sua estréia na Copa
contra a Turquia, no próximo dia
3, e local onde ficará concentrada
durante a primeira fase.
Scolari tem, portanto, somente
uma semana para ajustar o time
para a estréia brasileira no Mundial. Com tão pouco tempo e um
time titular cheio de problemas,
resta ao técnico pedir uma força a
Nossa Senhora de Caravaggio,
sua santa de devoção.
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