São Paulo, quarta-feira, 26 de junho de 2002

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TOSTÃO

Ganhar e perder no futebol

Parte dos leitores lerá essa crônica após a partida contra a Turquia. Se o Brasil ganhar este e o jogo final -o que é provável- , a vitória não anulará os erros cometidos pelo técnico e pelos jogadores antes e durante a Copa. Se o Brasil perder, a derrota também não apagará as virtudes do técnicos e dos jogadores nem vai diminuir a seriedade com que trabalharam durante esse tempo.
Não se pode achar que tudo estava certo só por causa da vitória. Nem que tudo está errado por causa da derrota. Imagine!
Conheci, ontem, em Saitama, o museu John Lennon. Dizem que Lennon adorava esse lugar. Os Beatles embalaram os meus sonhos juvenis de liberdade e igualdade. Imagine como seria hoje com a comunicação instantânea.
O museu não tem nada espetacular, mas é interessante. Senti-me como nos anos 60. Queria uma pequena réplica do John Lennon, mas não encontrei. Ela ficaria na estante, ao lado de outros ídolos, como Freud, Clarice Lispector, Fernando Pessoa, Chico Buarque, Charles Chaplin e outros.
Há uns dez anos, levei meu filho adolescente a uma loja de discos. Depois de escutar várias músicas de rock e outras de sucesso da época, ele ouviu algo diferente. Sem conhecer o nome da banda, disse: "Gostei desse". Era dos Beatles.
A música "Imagine" se tornou um hino de todas as gerações. A melodia é maravilhosa, e a letra retrata o sonho de se viver algo que ultrapasse a rotineira existência humana.
Imagine se no futebol não houvesse violência dentro e fora do campo; que as torcidas festejassem, gritassem e no final dessem as mãos e cantassem os hinos de seus clubes.
Imagine se houvesse, no futebol, um número maior de craques como os dois Ronaldos, Rivaldo, Zidane e de belíssimos gols, como o primeiro do Brasil contra a Inglaterra.
Imagine se o futebol em todo o mundo fosse administrado por profissionais sérios, competentes, bem remunerados, que colocassem o esporte acima dos interesses pessoais, políticos e financeiros. Imagine se os técnicos se preocupassem com a qualidade e beleza do espetáculo, como se preocupam com o resultado final.
Imagine o futebol sem tantos erros dos árbitros, como os que determinaram a vitória da Coréia contra a Espanha. "Sei que sou um sonhador, mas não sou o único."

Macarrão de máquina
Nas cidades em que estive no Japão, após as 22h é difícil encontrar algo para comer. O jeito é apelar para as máquinas de moeda. Há uma em cada esquina. O cardápio é variado. Outro dia, a fome era tanta que arrisquei num macarrão à bolonhesa. Terrível!

tostão.folha@uol.com.br



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