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TOSTÃO
Ganhar e perder no futebol
Parte dos leitores lerá essa crônica após a partida contra a Turquia.
Se o Brasil ganhar este e o jogo
final -o que é provável- , a
vitória não anulará os erros
cometidos pelo técnico e pelos
jogadores antes e durante a
Copa. Se o Brasil perder, a derrota também não apagará as
virtudes do técnicos e dos jogadores nem vai diminuir a
seriedade com que trabalharam durante esse tempo.
Não se pode achar que tudo
estava certo só por causa da
vitória. Nem que tudo está errado por causa da derrota.
Imagine!
Conheci, ontem, em Saitama, o museu John Lennon. Dizem que Lennon adorava esse
lugar. Os Beatles embalaram
os meus sonhos juvenis de liberdade e igualdade. Imagine
como seria hoje com a comunicação instantânea.
O museu não tem nada espetacular, mas é interessante.
Senti-me como nos anos 60.
Queria uma pequena réplica
do John Lennon, mas não encontrei. Ela ficaria na estante,
ao lado de outros ídolos, como
Freud, Clarice Lispector, Fernando Pessoa, Chico Buarque,
Charles Chaplin e outros.
Há uns dez anos, levei meu
filho adolescente a uma loja
de discos. Depois de escutar
várias músicas de rock e outras de sucesso da época, ele
ouviu algo diferente. Sem conhecer o nome da banda, disse: "Gostei desse". Era dos
Beatles.
A música "Imagine" se tornou um hino de todas as gerações. A melodia é maravilhosa, e a letra retrata o sonho de
se viver algo que ultrapasse a
rotineira existência humana.
Imagine se no futebol não
houvesse violência dentro e fora do campo; que as torcidas
festejassem, gritassem e no final dessem as mãos e cantassem os hinos de seus clubes.
Imagine se houvesse, no futebol, um número maior de
craques como os dois Ronaldos, Rivaldo, Zidane e de belíssimos gols, como o primeiro
do Brasil contra a Inglaterra.
Imagine se o futebol em todo
o mundo fosse administrado
por profissionais sérios, competentes, bem remunerados,
que colocassem o esporte acima dos interesses pessoais, políticos e financeiros. Imagine
se os técnicos se preocupassem
com a qualidade e beleza do
espetáculo, como se preocupam com o resultado final.
Imagine o futebol sem tantos erros dos árbitros, como os
que determinaram a vitória
da Coréia contra a Espanha.
"Sei que sou um sonhador,
mas não sou o único."
Macarrão de máquina
Nas cidades em que estive no
Japão, após as 22h é difícil encontrar algo para comer. O jeito é apelar para as máquinas
de moeda. Há uma em cada
esquina. O cardápio é variado.
Outro dia, a fome era tanta
que arrisquei num macarrão à
bolonhesa. Terrível!
tostão.folha@uol.com.br
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