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SEMIFINAIS/ HOJE
Outrora desacreditado, time de Scolari pode levar país a terceira final seguida
Brasil tenta consolidar zebra e alcançar marcas históricas
DOS ENVIADOS A SAITAMA
Independentemente de quem
vença o jogo de hoje em Saitama,
o time que dele sairá para pegar a
Alemanha na final da Copa pode
ser considerado uma zebra -é só
uma questão de parâmetro.
Se a Turquia derrotar o Brasil,
proporcionará mais uma surpresa no Mundial mais imprevisível
da história, consolidando sua
condição de zebra e encabeçando
a lista integrada por Senegal, Coréia do Sul e Estados Unidos.
Caso os brasileiros triunfem,
obtendo sua sexta vitória na Copa, terão alcançado alguns feitos
históricos e, ao mesmo tempo, ratificarão uma linha ascendente
que impressionou o mundo inteiro desde que a seleção colocou os
pés nos gramados asiáticos.
Afinal, quem poderia supor, há
oito meses, em meio à agonia da
reta final das eliminatórias, que a
cambaleante equipe de Luiz Felipe Scolari estaria na final do Mundial? Quem arriscaria dizer que a
mesma seleção que em 2001 perdeu de Honduras, Equador, Bolívia e Uruguai e que foi coberta de
vaias em estádios de São Paulo e
Rio faria, até a semifinal, uma
campanha com 100% de aproveitamento na Copa, marcando 15
gols e sofrendo apenas quatro?
O fato é que, se o azarão Brasil
chegar mesmo à decisão, fará história não somente pela reviravolta
que protagonizou em menos de
um ano. Além do recorde de gols
na primeira fase de uma Copa
(11), um outro, mais simbólico,
marcará a passagem da seleção
pelo Mundial: será a primeira vez
na história que o time nacional fará sua terceira decisão seguida.
Somente a Alemanha alcançou
tal feito, em 82, 86 e 90. A possibilidade de participar da façanha
chega a turvar a memória de alguns jogadores, que acham que o
Brasil poderá ser o primeiro "trifinalista" de um Mundial.
Roberto Carlos é um exemplo.
"Para a gente é um privilégio poder vestir a camisa de uma seleção
que faz sua terceira final seguida.
Qual foi a outra seleção que fez isso? Alguma? Só o Brasil. O que
não entendemos é por que existia
tanta crítica", queixa-se o lateral-esquerdo da seleção.
Não por coincidência, Roberto
Carlos é o mais empolgado entre
os jogadores e o único a assumir o
favoritismo do Brasil -e ver aspectos positivos nessa situação.
"O Brasil provou que camisa ganha jogo. Entrar num jogo desses
como favorito te ajuda muito."
O discurso de seus colegas é o
oposto. "A gente já viu nesta Copa
que tradição e nome não valem
nada", diz o goleiro Marcos, referindo-se às eliminações de franceses e argentinos na primeira fase.
"Não pode ter o excesso de confiança que tiveram Argentina e
França. Se o Brasil mantiver as
atuações, ajuda. Se só confiar na
camisa amarela, é difícil", reforça
o meia Juninho.
Mas todos concordam em um
ponto: os turcos foram os adversários mais duros da seleção até
agora no Mundial, e a dificuldade
hoje tende a aumentar.
Por façanhas
Após se tornar, nesta Copa, o recordista em jogos oficiais pela seleção brasileira, superando Taffarel, Cafu, que fará sua 119ª partida
com a camisa verde-amarela, joga
em busca de outra façanha.
Caso o Brasil vá a decisão contra
a Alemanha, o jogador participará em campo de sua terceira final
de Mundial, algo que nenhum jogador no mundo fez. ""É muito
bom para o ego", diz Cafu.
Outro feito numérico que pode
ser alcançado pelo Brasil hoje diz
respeito especificamente a este
Mundial. Empatados na liderança
da artilharia com o alemão Klose
(cada um com cinco gols), Rivaldo e Ronaldo podem superar o
concorrente, que não marcou ontem contra a Coréia do Sul.
Rivaldo pode ainda mais. O
atleta do Barcelona fez gols nos
cinco jogos do Brasil na Copa e, se
voltar a marcar, continua no páreo para alcançar Jairzinho, o único brasileiro que balançou as redes em todas as partidas de uma
Copa do Mundo, no México, em
1970.
(FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG, RODRIGO
BUENO E SÉRGIO RANGEL)
NA TV - Globo e Sportv, ao
vivo, às 8h30
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