|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Desgaste é maior neste Mundial, indica Fifa
DA REPORTAGEM LOCAL
Um estudo da Fifa divulgado
ontem mostrou que os jogadores
chegaram a esta Copa mais desgastados fisicamente em razão do
excesso de jogos ao longo da temporada que antecedeu o Mundial.
Isso provocou um aumento nas
lesões, com destaque para as
ocorrências sem contato físico.
Em 60 jogos até as quartas-de-final, houve 158 contusões, com
média de 2,6 jogadores por partida. Na Copa de 1998, na França, a
média havia sido de 2,4.
Do total de lesões, 26% foram
sem contato físico, segundo Jiri
Dvorak, responsável pela equipe
médica da Fifa. No Mundial da
França, esse tipo de ocorrência
não passou de 15% do total.
Essa contusão sem motivo aparente é interpretada como possível fadiga muscular.
A Copa da Coréia e do Japão se
emendou à temporada européia.
Nunca os jogadores tiveram de
atuar tanto seguidamente.
Dvorak afirmou que as temporadas muito longas são a principal
causa das contusões, mas não disse qual deveria ser o número máximo de partidas por ano.
""Para isso, seriam necessários
mais dados do que os disponíveis,
com um estudo comparado das
equipes das ligas européias. Precisaríamos contar com a ajuda dos
clubes e das federações nacionais", afirmou o especialista.
Grandes estrelas do futebol
mundial chegaram à Copa-2002
comprometidas pelo desgaste físico da temporada em seus clubes. Esse foi o caso, por exemplo,
dos jogadores do Real Madrid
(Espanha), vencedor da Copa dos
Campeões -entre eles o francês
Zidane e o português Figo.
""Não tenho a menor dúvida de
que a eliminação prematura de
Portugal, França e Argentina foi
por causa desse tipo de problema", opinou o ex-craque alemão
Franz Beckenbauer.
Faltas e lances acidentais foram
responsáveis por 38% das lesões.
Em 98, o índice havia sido de 48%.
Um levantamento envolvendo
398 partidas de 12 torneios mundiais desde 1998 -incluindo a
Olimpíada e envolvendo também
mulheres, futsal e categorias inferiores- mostrou que 14% das
contusões foram sem nenhum
contato físico, 37% causadas por
contato físico e 49% por falta.
Do total de contundidos na Copa-2002, 54% tiveram baixa de
uma semana, 34% não puderam
voltar na partida seguinte, 11% ficaram entre 8 e 28 dias em recuperação e 1% vão precisar de mais
de um mês para voltar a jogar.
Na Copa da França, 41% dos lesionados se recuperaram e puderam disputar o jogo seguinte, 46%
ficaram parados até uma semana,
11% ficaram afastados de 8 a 28
dias e 2% por mais de um mês.
A equipe médica da Fifa disse
que a introdução do exame de
sangue no antidoping nesta Copa
foi considerada um sucesso. Não
foi registrado nenhum caso positivo nos 240 exames realizados até
antes da rodada de ontem.
Texto Anterior: Microfone Próximo Texto: Memória: Contusões são rotineiras para o Brasil em Copas Índice
|