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JOSÉ GERALDO COUTO
Noves fora, restou o futebol brasileiro
Se o Brasil passar hoje pela
Turquia, como todos esperamos, a final da Copa
será o coroamento de uma série
de paradoxos.
Primeiro, porque Brasil e Alemanha foram as duas potências
do futebol que chegaram mais
desacreditadas ao Mundial, depois de realizar campanhas pífias nas eliminatórias.
Cotadas para grandes decepções da Copa-2002, acabaram
dando a volta por cima enquanto viam cair, um a um, os
favoritos (França, Argentina,
Itália, Espanha).
Outro paradoxo seria o seguinte: na Copa das surpresas,
das zebras, dos times emergentes da Ásia e da África, acabam
disputando a taça justamente
as duas seleções que mais vezes
haviam chegado à final (seis cada uma).
A ironia suprema é que esses
dois gigantes nunca se enfrentaram nas 16 Copas anteriores.
No momento em que escrevo
esta coluna, logo após a soporífera vitória da Alemanha sobre
a Coréia, torço mais do que
nunca para que o Brasil seja
campeão.
Não por um patriotismo compulsório, mas porque, num balanço qualitativo desta Copa, o
time que jogou o futebol mais
bonito -mesmo com os seus
destrambelhos- foi o Brasil.
Concordo com Parreira: talvez seja cedo para falar em nova ordem do futebol mundial.
Por ora, tenho uma certeza: o
que se viu nesta Copa foram estádios muito bonitos e jogos
muito feios, inclusive o de ontem. Noves fora, sobramos nós.
jgcouto@uol.com.br
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