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O PERSONAGEM
Novato do ano, Gasol aposta em valores latinos
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Primeiro europeu a ser eleito
o melhor novato da NBA, o ala-pivô espanhol Pau Gasol, 22
anos e 2,13 m, disse acreditar
que, a partir de agora, novos
valores latinos poderão despontar na principal liga de basquete do mundo.
Ainda se acostumando com o
assédio conseguido após ter
obtido média de 17,6 pontos e
8,9 rebotes por partida em sua
temporada inicial da NBA, Gasol assumiu seu papel de arma
comercial do Memphis Grizzlies, um dos piores times da liga americana.
Franquia surgida na expansão de 1994, a equipe fracassou
em Vancouver, no Canadá, e
disputou sua primeira temporada em Memphis.
Acostumada a fazer campanhas sofríveis -na última
temporada foram 59 derrotas e
só 23 vitórias-, a equipe, ao
menos, se consolou em ter contado com o premiado espanhol, que ficou com 117 dos 126
votos possíveis na eleição para
o melhor novato.
"Acreditei que ganharia o
troféu [de novato do ano] na
medida em que iam passando
os meses", afirmou.
Folha - Você esperava todo esse sucesso em sua primeira temporada na NBA?
Pau Gasol - Sempre tive fé em
minhas possibilidades. Acima
de tudo sempre trabalhei no
meu limite para atingir minhas
metas. De qualquer forma, o
prêmio de novato do ano foi se
tornando possível com o decorrer do campeonato.
Folha - É mais difícil para um
jogador estrangeiro conseguir
espaço na liga?
Gasol - Sim. É mais difícil porque é um campeonato dominado pelos afro-americanos. Você tem que mostrar todo seu talento como jogador para que te
respeitem. Mas, a cada ano, a
NBA se mostra mais interessada em não-americanos. Na
próxima temporada, com a entrada de Yao Ming, o impacto
será ainda maior.
Folha - Qual a impressão que
estão causando os jogadores latinos atualmente?
Gasol - Pouco a pouco estão
respeitando mais os jogadores
que não são formados nos
EUA, inclusive os latinos.
Folha - Como é ser o principal
ídolo do Memphis Grizzlies, um
time que não costuma ter muitos motivos para comemorar?
Gasol - Não é ruim, porque
não me aborrecem muito e respeitam minha intimidade.
Folha - O assédio na NBA é diferente do que você enfrenta na
Espanha?
Gasol - Às vezes é um pouco
chato. Mas tento assumir isso
como parte das minhas obrigações e sempre tento fazer o melhor possível.
Folha - A franquia já criou até
uma história em quadrinhos em
que você é o herói do time...
Gasol - Isso é normal com os
jogadores que se destacam na
NBA. O aspecto comercial é
fundamental na liga.
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