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Ronaldinho faz inédito papel de "vovô"
Aos 28 anos, pela primeira vez meia-atacante é o mais velho em um grupo da seleção brasileira, principal ou olímpica
"Eles são jovens, mas já fizeram muita coisa no futebol, e me sinto igual a eles", afirma o atleta, que
pega Cingapura na segunda
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A CINGAPURA
Na segunda-feira, quando
entrar em campo para enfrentar a frágil equipe de Cingapura
em partida amistosa, Ronaldinho, 28, será o mais velho de
uma seleção brasileira, olímpica ou principal, pela primeira
vez na sua vida.
Já foram 107 jogos por esses
dois times nacionais nos últimos nove anos. O meia-atacante por muitas vezes era o caçula. Na primeira vez que disputou a Olimpíada, em Sydney-2000, sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, tinha 20
anos, ou três abaixo do que limita o regulamento dos Jogos.
Do time titular que começou a
Copa do Mundo da Alemanha,
dois anos atrás, só Adriano e
Kaká eram mais jovens que o
jogador contratado pelo Milan.
"É diferente. Mas esqueço isso quando estou lá dentro. Eles
[os companheiros de time
olímpico] são jovens, mas já fizeram muita coisa no futebol,
me sinto igual a eles. Mas é uma
experiência nova", declarou
Ronaldinho sobre a sua estréia
como "vovô" vestindo a camisa
da seleção brasileira.
Convocado por Ricardo Teixeira, o presidente da CBF, o jogador do Milan é agora elogiado
pelo técnico Dunga, que antes
dizia que só iria convocá-lo de
novo quando ele voltasse a jogar por um clube -Ronaldinho,
que trocou recentemente o espanhol Barcelona pelo italiano
Milan, não disputa uma partida
oficial desde março passado.
"Ele está feliz, e isso é importante", falou Dunga, que deve
dar a tarja de capitão do time na
Olimpíada para seu conterrâneo de Rio Grande do Sul.
Ronaldinho está hoje claramente mais magro do que há
cerca de duas semanas, quando
usou roupas largas em um
evento publicitário em São
Paulo e não falou qual era seu
peso. Ele vem agüentando bem
as sessões de treinos mais duras de uma seleção brasileira
nos últimos anos.
Mas não fala a mesma língua
de Paulo Paixão, o preparador
físico da seleção e que o conhece desde garoto, sobre quando
vai atingir sua melhor forma.
"O Ronaldo só vai atingir o
auge no Milan, durante a temporada. Aqui ele não vai estar
100%, mas um jogador da sua
excelência pode resolver uma
partida estando 50%", disse
Paixão, que atribui o corpo
mais esbelto do astro a uma alimentação melhor e um programa de treinamento no lugar das
férias e da inatividade.
Já o jogador vê como muito
próxima a forma ideal.
"Falta muito pouco para estar 100%. Estou evoluindo a cada dia. Estou indo muito bem
nos treinos", analisou Ronaldinho, que ontem foi escalado
por Dunga para jogar no ataque
ao lado de Alexandre Pato, com
quem também vai formar dupla clube de Milão.
"Não tem problema nenhum.
Já fiz essas duas funções [meia
ou atacante]. Onde o Dunga
achar melhor, estarei preparado", falou o jogador.
Em Cingapura, Ronaldinho é
o centro das atenções. Ontem,
na volta para o hotel após o treino da tarde, uma cena inusitada: num salão, acontecia um casamento. Quando ele saiu do
ônibus e entrou no saguão do
hotel, a maioria dos convidados
deixou a festa em busca de autógrafos e fotos com o mais velho da seleção olímpica.
Depois de enfrentar Cingapura, a seleção viajará para Hanói, onde fará outro amistoso,
contra o anfitrião Vietnã.
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