DA SUCURSAL DO RIO

O empresário Hélio Viana, 45, disse que nunca declarou à Receita Federal ser o dono das empresas Leros Ltd., Vinas Inc., PS&M Inc. e Glory Establishment porque o verdadeiro proprietário seria seu ex-sócio Pelé.
"O dono da PS&M Inc. é o mesmo da Leros e da Glory", afirmou. "É o próprio Pelé. Eu recebia ordens, na época em que trabalhava os contratos. Nunca fui administrador dessas empresas. Era o elemento que saía no mercado buscando negócios, trazendo receitas para as empresas."
Os advogados do ex-ministro anexaram a um dos processos do Rio correspondência emitida e recebida por Viana tratando das empresas Vinas Inc. e PS&M Inc., ambas sediadas nas Ilhas Virgens Britânicas, no Caribe.
"Nesse caso, eu fui mais um dos laranjas do Pelé", disse o empresário. "Fui utilizado na época como um laranja para a abertura de empresa que sempre foi dele, leva o nome dele, leva a assinatura dele em todos os períodos."
"Não abri empresa alguma. Quando fomos organizar o jogo dos 50 anos do Pelé, os advogados dele aconselharam a abrir uma empresa lá fora para administrar esses recursos. Já recebi a coisa pronta", declarou o empresário.
Viana afirmou não ter ficado com os US$ 3 milhões depositados em contas da PS&M Inc. pela ISL da Suíça. Pelé e a PS&M Ltda., do Brasil, reclamam os valores na Justiça. Dizem que o antigo sócio ficou com tudo. "Pelé sabe muito melhor que eu que esses recursos entraram na estrutura [empresarial" dele", afirmou.
O ex-sócio de Pelé reivindica o recebimento de parte do faturamento das offshore. "Eu teria que ter participação nas receitas que eu trouxe para essas empresas, das quais até hoje Pelé não prestou contas. Quero receber a minha participação em todos os contratos internacionais, com a Mastercard, a Umbro etc."

O que faz
Depois da ruptura com Pelé, Viana abriu um banco de negócios e presta consultoria empresarial. Sobre o passado, afirma se sentir um "vitorioso por ter levado milhões para as contas de Pelé". Sobre o ex-jogador, afirma: "Outros já falavam que Pelé não tem amigos antigos. Abandonou todos eles na estrada. O único amigo antigo que Pelé tem e que ele defende de todas as formas não é branco nem preto nem é brasileiro. É gringo, é verde e se chama dólar". (MM E SR)


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