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MEMÓRIA
Polícia Federal investiga antiga sociedade
DA SUCURSAL DO RIO
Aproxima-se da conclusão
no Rio um inquérito da Polícia
Federal que investiga a responsabilidade por supostas irregularidades na empresa carioca
Pelé Sports & Marketing Ltda.
Até o final de 2001, a firma era
uma sociedade dos empresários Pelé e Hélio Viana.
Nenhum dos dois era o seu
administrador legal. O inquérito, instaurado em 1999, a pedido do Ministério Público Federal, apontou "condutas consistentes de elementos inexatos e
omissões no lançamento de
operações nos registros contábeis da empresa, bem como a
suspeita de emissão de notas
fiscais falsificadas".
Os indícios foram descritos
num laudo pericial realizado
na PS&M Ltda. determinado
pela Justiça numa ação trabalhista contra a empresa. O perito identificou notas supostamente fraudadas e receitas
omitidas na contabilidade, algumas referentes a contratos,
na verdade, da PS&M Inc., das
Ilhas Virgens Britânicas.
A PS&M Ltda. fora submetida em 1997 a fiscalização especial pela Receita Federal que abrangia os exercícios de 1992 a
95. Lançaram-se tributos de
mais de R$ 5 milhões. Uma
parte foi julgada improcedente,
outra estaria sendo paga parceladamente. Em 2001, a PS&M
Ltda. foi autuada em aproximadamente R$ 750 mil.
A PF mandou intimar Pelé e
Hélio Viana para depor em fevereiro, mas nenhum deles
compareceu. É possível que
não tenham sido intimados.
Desde o final de 2001, quando
foi excluído por Pelé, Viana
não é mais sócio da PS&M
Ltda. Pelé diz que o antigo parceiro desviou valores. Viana diz
ser credor de R$ 4,4 milhões.
O Ministério Público Federal
no Rio enviou ao de Santos, em
2001, documentos do inquérito
da PF para que fosse "analisada
a viabilidade de requisição de
ação fiscal no contribuinte Edson Arantes do Nascimento".
Com base neles, foi aberto
um procedimento (estágio de
uma apuração feita pela Procuradoria da República) para investigar a situação de Pelé.
Viana foi submetido em 2001
a fiscalização, cujos resultados
se desconhecem.
A página da Receita na internet informa que a situação de
Pelé não pode ser considerada
regular, mas não explica por
quê. A de Viana é regular.
O inquérito da PF no Rio e o
procedimento do MPF em Santos não investigam a existência
das empresas no exterior.
Problemas com o fisco não
são novidade para o ex-ministro. Como a Folha lembrou no
caderno especial "A Criação de
Pelé", publicado em novembro
de 1999, no começo da década
de 1970 a Receita investigou os
ganhos com publicidade do então jogador. Estudo da Fundação Getúlio Vargas estimou
que ele recebia 350% a mais do
que os valores declarados.
A Receita autuou-o em 1972,
num valor que hoje seria superior a R$ 500 mil. Pelé irritou-se, mas pagou quase metade. O
Santos e a Confederação Brasileira de Desportos (antecessora
da CBF) bancaram o resto.
(MM E SR)
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