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Após medalhas, Daniele e Maurren chegam a Santo Domingo com cobrança por resultado e status de estrela
Atletas-musas vão do pódio à passarela
DA REPORTAGEM LOCAL
Nunca se viram tantas, nunca
receberam tanta cobrança, nunca
foram tão badaladas.
As mulheres brasileiras que vão
ao Pan se transformaram na principal atração da delegação não só
pelos resultados que podem conseguir nas competições.
Daniele Hypólito, 18, se tornou
habitué de programas de TV após
a inédita medalha no Mundial da
Bélgica-2001. Na badalação pré-Pan, a melhor ginasta da história
do país experimentou até uma
passagem pelo mundo fashion.
Ela foi a musa inspiradora dos
uniformes criados pelo estilista
Alexandre Herchcovitch para a
equipe de Santo Domingo e até
subiu na passarela ao lado de outros atletas para desfilar as peças.
"Foi divertido. Os uniformes ficaram bonitos. Mas meu negócio
é a ginástica. Se eu não conseguir
bons resultados, não representar
bem meu país, nada disso faz sentido", afirma a atleta.
Principal nome do atletismo
brasileiro no Pan, a saltadora
Maurren Maggi, 27, também faz
seu marketing fora das pistas.
A atleta, que ficou conhecida
por andar sempre com um cachorro de pelúcia, o Leão, hoje vai
treinar ao lado de um animal de
verdade. A cadela Meggy se transformou na nova marca registrada
da saltadora e está com ela nos
treinos e nas entrevistas.
No início da temporada, Maurren também passou a ser vista em
outras pistas pelo mundo. A atleta
acompanhou o trabalho do namorado Antonio Pizzonia, então
piloto da F-1, que foi demitido pela Jaguar na semana passada.
O status de estrela faz a saltadora se policiar em público. Roer as
unhas, por exemplo, nem pensar.
"Eu sei da minha responsabilidade e quero passar um bom
exemplo para as pessoas. Tenho
de ter cuidado com as coisas que
eu falo e faço", afirma.
Mas não foram só flores e confetes que marcaram a preparação
das brasileiras para o Pan. A equipe de nado sincronizado se envolveu em uma acirrada polêmica às
vésperas da competição.
Após seis meses de exaustivos
treinos, a técnica Mônica Rosas
mudou toda a coreografia.
A antiga sequência fazia alusão
à violência e, em algumas passagens, as atletas simulavam armas
com as mãos e gritavam.
Mônica afirmou que trocou a
coreografia após avaliar que poderia prejudicar a imagem do Rio
e dos Jogos Pan-Americanos de
2007, que serão na cidade. Negou
qualquer pressão para fazer a mudança. Agora, a violência dará lugar ao conturbado dia-a-dia das
metrópoles.
(MARIANA LAJOLO)
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