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OS HILÁRIOS
Parentes de Nenê erguem mansão, mas temem sequestro e aprendem inglês para emigrar
Família pensa em mudar para os EUA
DO ENVIADO A SÃO CARLOS
Se Nenê ainda prepara uma
surpresa para Nivaldo Meneghelli, sua família já está desfrutando em São Carlos (231 km a
noroeste de São Paulo) as benesses de ter um parente milionário.
O jogador tratou de transferir
seu pai, José Paulo, 47, sua mãe,
Carmen, 55, seu irmão, Maykon,
23, sua irmã, Mayaramy, 21, e o
cachorro Puff, 1 ano e três meses,
para uma moradia melhor.
Eles se mudaram de uma casa
pequena, de R$ 20 mil, para um
apartamento médio, avaliado
em R$ 90 mil. Até o final do ano,
devem mudar de novo, para um
condomínio fechado, onde é erguida uma mansão que deve sair
em torno de R$ 1 milhão.
A família de Nenê, contudo,
não pretende ter o novo lar como endereço definitivo. Com
medo de sequestro -ficou conhecida na cidade, que prestou
uma homenagem no início de
agosto ao atleta-, quer, no ano
que vem, estar nos EUA. "Vamos para perto do Maybyner.
Estamos aprendendo inglês para
isso", afirma Carmen.
Questionada, explicou a razão
de ter dado esse nome (pronuncia-se Máibiner) ao filho caçula.
"Foi em homenagem aos filhos
da Lucinda [uma das irmãs de
José Paulo], Ebiner e Welliner."
Tanto José Paulo como Carmen pararam de trabalhar. Ele
era técnico de comunicação em
uma rádio local e segurança em
duas empresas; ela, enfermeira.
Em relação à saudade de Nenê,
quem mais parece sentir é a namorada, que mora no Rio.
"Ficamos duas horas por dia
no telefone. E ai dele se não ligar", diz Gabriela Bruno, que
também jogava basquete no
Vasco quando conheceu Nenê.
O Vasco, aliás, é uma palavra
meio proibida entre os Hilários.
O tio, Edinho, lembrou a tentativa do clube de não permitir que
o sobrinho atuasse nos EUA.
"Houve rumores de que ele teria
abandonado o time, mas estava
com os salários atrasados."
Após o imbróglio chegar à Federação Internacional de Basquete, Nenê cedeu US$ 400 mil
ao Vasco para ser liberado.
O pai, José Paulo, se diz feliz
por saber que seu filho realizou
um sonho. "Falava para mim:
"Um dia vou jogar na NBA". E a
gente falava: "Vai com coragem".
E foi coisa de pouco tempo."
Tempo que, neste ano, voou a
favor dos Hilários.
(LC)
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