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Após redenção, Mari se diz pronta para liderar
Ponteira, que sofreu com cobranças por derrotas, não descarta posto de capitã
Atleta fala que, em Atenas, considerava-se muito nova, mas, em Pequim, sentiu-se pronta para chamar toda a responsabilidade para si
DA REPORTAGEM LOCAL
A saída da capitão Fofão, que
anunciou aposentadoria da seleção brasileira feminina de vôlei, representará um momento
de renovação na equipe. Para a
ponteira Mari, no entanto, a
despedida da levantadora que
contabiliza 17 anos de seleção
poderá representar mais.
Após sua segunda Olimpíada,
onde, enfim, superou o drama
da medalha perdida em Atenas-2004, a atleta poderá se
impor como peça fundamental
do grupo. Isso porque Mari admite estar pronta para assumir
o papel de líder, se for preciso.
"Na Olimpíada, nos momentos em que achei que devia,
chamei a responsabilidade para
mim, porque estava pronta para isso. Em Atenas, eu era muito nova e inexperiente, estava
lá naquela de ajudar", disse.
Em seguida, acrescentou:
"Vamos ver como a equipe ficará após a saída da Fofão, quem
irá desenvolver o espírito de liderança na equipe. Eu me sinto
preparada para encarar os novos desafios, mas, se eu herdar
apenas a camisa 7 dela, com a
qual gosto bastante de jogar, já
estarei bem feliz".
No retorno ao Brasil, a atleta
evitou polemizar o gesto de silêncio que fez logo após o Brasil
derrotar a equipe dos EUA na
final olímpica. Afirmou que foi
apenas um desabafo. E, repetindo as palavras do técnico José Roberto Guimarães, disse
que "era horrível conviver com
aquela fama de amarelona".
A derrota na semifinal em
Atenas-2004, para a Rússia,
por 3 sets a 2, foi apenas um dos
momentos que Mari, 25, dividiu com o treinador que a colocou no rumo da seleção e traçou parte do seu caminho desde a profissionalização até o
ouro na Olimpíada de Pequim.
Ainda em 2003, no time do
Osasco, onde atuava como
oposta, já era comandada por
Zé Roberto, que lhe deu a chance de disputar diversas partidas
do Campeonato Paulista.
Mari "apareceu" e garantiu a
titularidade para a Superliga,
principal competição nacional
do vôlei. Substituindo Paula
Pequeno, que havia se machucado, ela não só correspondeu
às expectativas como também
ajudou a equipe a ser campeã
-de quebra, arrebatou o título
de revelação do torneio.
Após um período complicado
na carreira, devido à cirurgia no
ombro direito à que se submeteu, Mari voltou a atuar com Zé
Roberto, em 2006. Neste ano,
ganharam o Grand Prix e foram
vice-campeões mundiais.
Em 2007, a "parceria" sofreu
um abalo no Pan do Rio, quando o Brasil, mais uma vez, deixou escapar a medalha de ouro
na partida decisiva. "Foi o pior
momento da equipe. A caminhada de 2007 até Pequim contou com muita pressão", disse,
ontem, o técnico.
Após a derrota no Pan, Mari
foi cortada da seleção brasileira. Entretanto ela não se distanciou de Zé Roberto, já que
continuava sob suas ordens no
time italiano Pesaro.
Em 2008, a atleta foi reintegrada à seleção. Segundo Zé
Roberto, "pelo rendimento na
posição e pela maturidade".
Antes do ouro olímpico, conquistou o hepta do Grand Prix.
No torneio, foi eleita melhor a
jogadora.
(GIULLIANA BIANCONI)
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