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Em exibição de gala, nós somos os campeões
Brasil goleia a Suécia por 5 a 2 e ganha, enfim, sua primeira Copa do Mundo
Torcida local se encanta com a seleção e desfruta balé que fechou com chave de ouro a participação da equipe de Vicente Feola no Mundial
ALEC DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Esqueça todas as desilusões
do passado, em especial o Maracanazo, quando todo o país
silenciou enquanto os uruguaios exibiram a Taça Jules
Rimet para uma multidão em
transe. Oito anos depois, e com
uma atuação de gala, o Brasil
conquistou sua primeira Copa.
Agora, ela é nossa, pelo menos
nos próximos quatro anos.
A seleção goleou a Suécia por
5 a 2, em Solna, e deu um espetáculo que nem mesmo os torcedores da equipe anfitriã ignoraram. Em diversos momentos,
a torcida pareceu estar nitidamente a favor dos brasileiros.
O escrete chegará ao país,
com a Jules Rimet na bagagem,
na quarta-feira, quando será recepcionada pelo presidente
Juscelino Kubitschek, no Rio.
No dia seguinte, será a vez de
São Paulo prestar seu tributo
aos campeões mundiais.
O time do técnico Vicente
Feola teve um único momento
de dificuldade na final: os primeiros cinco minutos do jogo.
Nervosos, os nacionais deixaram-se envolver pelo futebol
sueco, que mostrou bom toque
de bola. Assim, nossos rivais
abriram o placar aos 4min, após
jogada individual de Liedholm.
A bronca de Didi, porém,
acordou o Brasil. Ele percorreu
a distância entre a rede brasileira e o centro do campo com a
bola nas mãos e se dirigindo
com vigor aos companheiros.
A partir dali, o jogo mudou.
Aos 9min, lançado, Garrincha cruzou, e o vascaíno Vavá
empatou. Silêncio em Solna.
Um minuto depois, em lance
semelhante, Pelé acertou a trave. Os suecos pararam, e a partida já era totalmente nossa.
A virada, aos 32min, foi um
replay do primeiro gol do escrete: novamente Garrincha, novamente Vavá. Aplausos de reconhecimento a um time nitidamente superior ao outro.
Começou o balé: passes precisos de Didi, desarmes milimétricos de Nilton Santos, habilidade cerebral de Pelé. Ele
marcou o terceiro aos 10min da
etapa final. A taça do mundo é
nossa, ninguém mais tira.
Paralisados, os jogadores
suecos assistiram a Zagallo dar
o golpe de misericórdia aos
23min. Na arquibancada, o povo da Suécia riu e se encantou.
Mal notou o gol de Simonsson,
que tentou estragar a nossa festa (e a deles) aos 35min. Ainda
havia tempo para Pelé, dez minutos depois, mostrar quem é
que manda. E para o capitão
Bellini erguer o objeto tão cobiçado por todo este país.
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